domingo, 27 de dezembro de 2009

ANO NOVO

1.bp.blogspot.com/_jAl27QhESdI/SxoyNbmvtiI/AA..

Todo mundo costuma fazer uma lista de projetos, mudanças e promessas para o próximo ano e é claro, fiz a minha também:

  • Quero viver um dia de cada vez, como se fosse o último,
  • quero só a companhia dos amigos fiéis,
  • quero frequentar só os lugares que me sinto à vontade,
  • quero uma vida mais simples,
  • quero comprar sementes e plantar flores,
  • quero voltar a cozinhar com prazer,
  • quero esvaziar meu armário,
  • quero pintar meu quarto,
  • quero ser mais amável, paciente e tolerante,
  • quero me amar mais e ser mais amada,
  • quero ser mais eu,
  • quero ser generosa e honesta,
  • não quero mais me maltratar ou me deixar maltratarem,
  • não quero ser manipulada por causa da minha passionalidade,
  • quero um coração forte para suportar a tristeza,
  • quero que a tristeza seja normal, mas passageira,
  • quero valorizar as pequenas alegrias,
  • quero corresponder a um amor e não mendigar por ele,
  • não quero ser vista como uma fortaleza, não sou tão forte assim,
  • quero dar e receber carinho,
  • quero precisar de alguém,
  • não quero sexo casual, para isso, prefiro um vibrador,
  • quero saúde, paz de espírito e tranquilidade,
  • quero ser calma e feliz.

BOM ANO NOVO PARA TODOS!

DETESTO O NATAL

Grande Furo Jornalístico de 2009
EU SOU O GRINCH!!!!!!!!!!!!


i210.photobucket.com/.../taxidermia/grinch.jpg

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O QUE ME FAZ FALTA

(crédito da foto - bp3.blogger.com/.../eKl_cjhIHu8/s400/outra.jpg)


Sabe o que me faz falta quando estou solteira?
Bagunça de homem.
Sapato, jeans, camiseta, meias, cueca, esparramadas no chão do quarto junto às minhas roupas tiradas à pressa.
Cheiro de homem. Das coisas do banheiro, creme de barbear, perfume, desodorante, respingo de água no chão, já que eles acham que a toalha de banho é só para enxugar o rosto, os cabelos e enrolar na cintura.
Havaianas grandes que adoro calçar.
Cama remexida, lençóis revirados.
Minha falta de vontade em despertar e abrir os olhos. Sexo de manhã.
Aquele minimalismo de palavras quando acordamos.
De manhã, na cama de um homem, tenho a preguiça dos gatos. É a hora em que sou mais lasciva.
A barba por fazer, cabelos curtos para eu puxar em minha direção.
É quando ele deita a cabeça nos meus seios e cochila.
Não gosto de homem que tem pressa de manhã.
E a única ocasião em que gosto de acordar em uma cama estranha.
Quarto masculino. Sem muita frescura. Nada de bibelôs.
E transar de novo. Com tesão, mas com preguiça. Devagar. Gozar manso.
Levantar mesmo, só quando a vontade de tomar um café forte vem de chofre, para acordar de vez.
E olhar a bagunça.
Tomar banho e procurar brinco, anel, pulseira, relógio, calcinha......
A bagunça de mulher em quarto de homem.
Nunca deixo nada para trás. Nunca.
Cato tudo que é meu quando vou embora, para não macular aquele ambiente masculino.
Ajunto tudo e sobra só a bagunça dele.
Se é que fica alguma coisa, é meu cheiro nos lençóis.
Só.

domingo, 20 de dezembro de 2009

ANJO

Meu interfone sempre toca à noite.
Não atendo, tenho medo.
Quem vai até sua casa no meio da noite sem avisar?
Aperto com força meu travesseiro.
E se foi um anjo e não deixei entrar?
Ladrões não tocam campainha....
Mas se foi um anjo, ele vai voltar.
Sempre volta e de novo tenho medo de atender.
Porque estou com medo da vida?
O que existe de tão terrível lá fora que me paralisa em casa?
Eu não sei.
Só sei que o mundo está passando por mim e estou perdendo as melhores cenas como em um CD que você aluga, mas se levanta toda hora do sofá para fazer coisas insignificantes sem parar o filme.
Deito-me e meus olhos se fecham involuntariamente.
Durmo.
Sonho. Meus sonhos são sempre bizarros.
Hoje é domingo. São duas da tarde.
Boa noite.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

PEDRA NO SAPATO


Problemas? Quem não os tem?
Reais ou imaginários, eles estão quase sempre presentes para nos aborrecer o cotidiano.
Alguns, fáceis de resolver, outros, mais difíceis, mas sabemos que para tudo há uma solução, ou quase tudo.
Eu como mulher, tenho uma tendência quase irresistível de fazer "tempestade em copo d'agua".  As latinas e as judias se descabelam com mais facilidade. Temperamento caliente das primeiras e séculos de perseguição das segundas.
Bem, mas isso não importa.
Eu tinha uma pedra no meu sapato e não no meio do caminho como escreveu Drummond.
Ela não saía de jeito nenhum. Deu calo, machucou, mas não saía. 
Eu me desdobrei em conjecturas e hipóteses para ficar livre dela.
Os planos para resolver, divergiam na forma, mas não no conteúdo.
Foi então que me lembrei de *William de Ockham. Já ouviram falar?
Sempre tive uma fascinação pelo princípio lógico chamado Navalha de Ockham ou Occam  ou Lex Parsimoniae (Lei da Parcimônia) que para não complicar muito, quer dizer o seguinte: " Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenômeno, a mais simples é a melhor ".
Pensando nisso, consegui resolver o "problema".
Joguei o sapato fora e mandei a pedra à merda.

*Filósofo franciscano inglês nascido na aldeia de Ockham, em Surrey, nos arredores de Londres, considerado o último grande filósofo medieval, cuja obra marcou a transição para o pensamento renascentista. Entrou para a ordem (1300) e estudou e ensinou filosofia na Universidade de Oxford, onde escreveu Sententiarum Libri para obtenção do título de Baccalaureus Sententiarum (1318). Transferiu-se para o convento da cidade francesa de Avignon (1324), onde foi acusado como adversário do Vaticano na discussão sobre o poder temporal da igreja, e denunciado como herege ao papa João XXII. Durante dos três anos do julgamento escreveu suas maiores obras: Summa logicae e o Tractatus de sacramentis. Condenado (1328) fugiu de Avignon refugiando-se junto a Ludovico, o Bávaro, estabelecendo-se em Munique, onde continuou seus ataques ao poder papal e onde viria a morrer vítima de cólera. Nessa época, redigiu diversos textos político-religiosos. Abordou temas como a infalibilidade do papa e defendeu a tese de que a autoridade papal é limitada pelo direito natural e pela liberdade dos cristãos, afirmada nos Evangelhos. Conhecido como o príncipe do nominalismo, tornou-se o fundador do ockhamismo, doutrina caracterizada principalmente pelo empirismo, nominalismo, terminismo e pelo ceticismo quando à possibilidade de se demonstrarem racionalmente as verdades da fé.

(Biografia retirada do site http://www.netsaber.com.br/)

domingo, 6 de dezembro de 2009

CONSIDERAÇÕES


Photo by Matt Sayles/AP

Além de aturar minhas crises existenciais e amorosas, tive o desprazer de ver o idiota do ator norte-americano Robin Williams denegrir nosso país com insinuaçôes maldosas de como o Brasil teria comprado o COI com cocaína e prostitutas, no David Letterman Show.
Ator de várias facetas, o único filme que fez como protagonista e prestou, foi "Good Morning, Vietnan" porque no resto de sua obra, ele só foi bom mesmo como ator coadjuvante chegando a ganhar um Oscar por "Gênio Indomável".
Essa pessoa "linda e simpática" que não teve a menor diplomacia ao falar do Brasil, é notório cheirador de cocaína, tem mais reabilitações que a Amy Winehouse e divórcios vergonhosos com alegação de transmissão de DST, (a mulher em questão alegou que ele não a informou antes do enlace matrimonial que o risonho era portador de Herpes Simplex, e passou a doença para a dita cuja).
Vamos combinar, ninguém merece.
Isso! Vá ao cinema e pague para ver o mais novo filme desse bosta!


  

Bem, outra coisa que está tirando o meu sono, é tal do Calendário Maia que diz que o mundo vai acabar em 21/12/2012.
Porra! Antes do Natal!!!!!!!!!!!!
Que saco.
As "TVs Catástrofes" (The History Chanel, Discovery e National Geographic) estão se esbaldando com reportagens sobre vulcões em erupção, terremotos, furacões, meteoros, explosões solares e tsunamis repentinos e o próprio Calendário Maia.
Pelo amor de Deus! Quem não se lembra da tão aclamada profecia (?) de Nostradamus que supostamente dizia que "aos mil chegará, aos dois mil não chegará" que fez com que evangélicos ingênuos comprassem lotes no céu, cientistas e tecnólogos, preocupados com o "Bug do Milênio", um frenesi absurdo entre nós leigos que não sabíamos o que fazer com os computadores do trabalho (back-up no discão) e a bolsa de valores de Nova York e Tokio alvoroçada com os índices?
Não gente, ninguém tem mais nada para fazer. Eu mesma não tenho, então passo o dia escrevendo abobrinhas para vocês se divertirem um pouco.
Se vai acabar tinha de ser no dia 31 com todo mundo chapado, uns viajando no ácido, ecstasy e outras gracinhas.
Eu nem gosto muito de Natal, mas com três sobrinhos sem ver o Papai Noel, é sacanagem dos maias!


pintura de Hieronymus Bosch

Agora, minha maior indignação.
Os Sete Pecados Capitais, foram inventados por um monge que não tinha nada para fazer em um período que a Igreja Católica já estava manipulando seus adeptos.
O ocioso em questão, é denominado teólogo pela história e monge grego. Seu nome era Evágrio do Ponto (345 – 399) e muito pio e caridoso escreveu uma lista de oito crimes e “paixões” humanas, em ordem crescente de importância (ou gravidade):
1 - Gula
2 - Avareza
3 - Luxúria
4 - Ira
5 - Melancolia
6 - Acídia (ou Preguiça Espiritual)
7 - Vaidade
8 - Orgulho

No final do século VI o Papa Gregório I muito pio e caridoso, reduziu a lista a sete itens, juntando "vaidade" e "soberba" ao "orgulho" e trocando "acídia" por "melancolia" e adicionando "inveja". Para fazer sua própria hierarquia, o pontífice colocou em ordem decrescente os pecados que mais ofendiam ao amor:
1 - Orgulho
2 - Inveja
3 - Ira
4 - Melancolia (hoje, preguiça)
5 - Avareza
6 - Gula
7 - Luxúria



Não bastasse a noção de culpa incutida em nós ocidentais, pela influência religiosa judaico-cristã, ainda tivemos a "felicidade" de merecer um pentelho, estudioso-teólogo-iluminista-celibatário-frustrado para colocar mais culpa em nossas consciências, já devidamente culpadas por séculos de restrições. Quem estudou em colégio de padres ou freiras, sabe bem do que estou falando: masturbação dá espinha, "o ócio é a oficina do diabo", sexo antes do casamento nem pensar e otras cositas imbecis incutidas a milênios pelos ensinamentos dos monges e padres que eram os grandes detentores do poder puro ou seja a educação e sabedoria, numa época que um príncipe medieval mal sabia assinar o nome.
Vocês acham mesmo que Deus está preocupado com essa perfumaria toda?
Já não basta Moisés descer do Monte Sinai (?) com a lista dos Dez Mandamentos (pecados mortais)?
Deus, se é que não morreu ainda, não está preocupado com ninharias.
Aliás, depois de tanta guerra, ele deve ter tirado férias para sempre.
Amém.



quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

TATUAGEM


"Quero ficar no seu corpo feito tatuagem
que é pra te dar coragem
de seguir viagem
quando a noite vem" Tatuagem (Chico Buarque - Ruy Guerra)


Como uma bússola louca com sua rosa-dos-ventos, meu amor se expande no mar. Não existe Norte em meu coração.
Como todo capitão, busco a terra firme.
Ancorarei, um dia, em seu porto, e nesse dia conquistarei para sempre meu país: você.
Meu país é um homem forte no caráter, no agir.
Ele me espera com calma, sabe que estou a caminho.
Não vacila nem teme a entrega.
O tesouro dele sou eu e ele é minha terra, onde ponho os pés e me sinto segura e confiante.
Seus braços me aguardam sem pressa.
Seus lábios pronuciam meu nome como se fosse a única palavra a ser dita e está gravada em sua pele.
Uma tatuagem.

domingo, 29 de novembro de 2009

SONHOS PESADELOS SÃO

Essa tarde, após um cochilo, acordei com taquicardia e assustada por um sonho horrível.
Depois de tanto tempo passado, minha vida reformatada, esquecida dos sofrimentos de um amor não correspondido, ele retorna em forma de um  pesadelo que quero e espero esquecer os detalhes.
Porque agora, sonhar que sou amada e humilhada ao mesmo tempo, por um homem que nunca me amou?
Talvez porque tenha conhecido uma pessoa esses dias, com várias características de sociopatia que me remeteram a comportamentos já vivenciados com o outro.
Porque não posso ficar quieta, na minha, sem ser incomodada, num domingo chuvoso?
Não existe mais sentimentos que me façam perder o sono ou ocupar minha mente enquanto acordada.
Penso em outra vida, no futuro, outros homens.
Penso em mim como pessoa inteira, que precisa urgente de melhorias e resoluções a serem tomadas, mas ainda assim inteira, sem grandes vínculos com o passado e mágoas vivenciadas.
Não gosto de ficar mastigando para o resto da vida.
Não é da minha personalidade guardar restos para sempre. Quando eu me acabo, me esvazio mesmo. Sem remorsos, sem ódios e sem amor. Simplesmente a coisa (se pode ser chamada assim) se esvai.
Parece um "encosto" ou um ebó, como dizem os baianos.
Sai pra lá.
Vá baixar em outro terreiro, pois esse aqui está ocupado por outros orixás.
Santa Bárbara, São Jorge e minha psicóloga, são testemunhas disso.
Xô!
Me deixa em paz que eu agora estou vivendo outra vida!

(Gravura de Goya - Capricho 43 - intitulada "O sono da razão produz monstros" que retrata a si mesmo adormecido e o próprio artista comenta, "O sono da razão produz monstros - A fantasia abandonada da razão produz monstros impossíveis, unida com ela é a mãe das artes e origem de maravilhas")

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

TEXTÍCULOS

Mal sabem os que lêem esse blog, que meu tesão está no cérebro, que o transforma em palavras que escrevo.
Obscenas, doces, duras, palavrões.
É meu cérebro que comanda meu sexo, não o contrário.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

DESENHISTA

Existe uma contradição em meus sentimentos em relação a ele. Gosto e não gosto de encontrá-lo. Isso é o que acontece quando só o tesão e a curiosidade nos impele, e não existe amor.
Afeto sim, amor não.
Na última vez ele tirou minha roupa me deitou de barriga para baixo e ligou todas as minhas sardas dos ombros formando um mapa astrológico imaginário. Nomes de constelações que não existem. Eu ali, parada, excitada.
Não tem nada a ver com o filme "Livro de Cabeceira". Não há mensagens explícitas nem subliminares. São só desenhos. Acho que ele usa meu corpo para relaxar o seu cotidiano não muito criativo.
Tudo bem.
Eu deixo.
Deixo que faça o que quiser.
Pinta meus mamilos de vermelho, como se fossem duas bocas a serem beijadas, desenha asas de anjo em minhas costas, pinta ramagens floridas em em minha virilha como seu houvessem flores saindo do meu sexo.
Pinta meu rosto e quando estou triste, choro verde ou azul.
Gosto dos desenhos que me fazem parecer uma indiana. Os arabescos me deixam feliz. Pareço uma parede do Taj Mahal, e minhas mãos e pés são pintados como as das noivas indianas. Acho tocante e belo.
Da minha barriga até o púbis, só pichações. Placas de aviso, de trânsito com setas apontadas para minha vagina.
Uns dias entendo, outros não, mas não peço explicações.
Fico lá, feito uma boneca, ou um modelo na aula de desenho. Sinto-me feliz e excitada. Aquela excitação calma que vai virando um furacão.
Quando ele acha que acabou, nos possuímos ferozmente.
As tintas se misturam com o orgasmo e é nessa hora em que fico mais presa a ele.
Quando me banho, vejo aquela água misturada, barrenta, que às vezes destaca uma cor se esvaindo pelo ralo e ele se esvai junto.
Bom, ontem fui uma constelação, outro dia anjo, noutro jardim, meus mamilos bocas que ele beija  e amanhã não sei o que serei.
Enquanto transamos, não sei se ele goza com suas figuras ou comigo, eu sei que gozo com o desenhista.
Gozo e sei que volto outra vez.

ALIENAÇÃO MUSICAL

Tudo começou com um aparelho de MP3 portátil.
Não, antes disso, teve o portátil disc-player, mas sempre foi muito grande para ser carregado.
Agora temos I-Pods, MP4, MP5, e cada um com capacidade cada vez  maior de armazenamento e menor tamanho.
Assim que foi lançado o MP3 portátil, comprei e me custou na época se não me engano, R$512,00, o que acho uma fortuna hoje, pois custa uma merreca no Shopping Oi.
Me senti o máximo, estava me achando! Sou fanática por música e podia sair pela rua com minha própria "trilha sonora".
Depois de usá-lo por vários meses, comecei a reparar que passavam por mim inúmeras pessoas com fones de ouvido e o número era cada vez maior depois que os celulares passaram a competir com os simples aparelhos.
Tive um insight que um dia, não veríamos mais ninguém na rua sem fones, e aquilo me deu um arrepio na nuca, como se fosse um sci-fi de terror e depois do episódio, abandonei o aparelhinho.
Porque?
Me dei conta que estava ficando completamente alienada durante o uso da "coisinha".
Passava pelas pessoas sem vê-las, o trânsito deixou de ser barulhento, amigos me encontravam e com certa resistência eu era "obrigada" a tirar os fones para cumprimentá-los.
Eu que sou uma pessoa tão atenta aos modos e modas, passei a ser uma imbecil alheia às coisas acontecendo à minha volta e desprezando o melhor da vida, que é a diversidade de pessoas, cores, vitrines, o tráfego e acontecimentos banais, mas que fazem o dia da gente ser um pouco mais especial e mais viva à nossa existência.
Hoje, tenho um celular que não é nenhuma maravilha moderna e tem MP3 e rádio que desprezo completamente e nem os fones, possuo.
Escuto música nos bares, restaurantes, recitais, carros e em casa baixinho quando vou dormir e um pouco mais alto quando tenho um "surto" de dançar loucamente com pouca roupa.
Recuso-me a ser um robot andando pela rua e ainda não corro o risco de sair dançando ou cantando alto feito doida (a minha cara) escutando Eminen cantando Shake That (Ass for me).
Quando escrevo de tempos em tempos, escuto Bach no computador, mas na rua já me sinto suficientemente suprida de sons que me fazem pensar ou me irritam.
Foda-se a tecnologia!
Minha "trilha sonora" é muito especial para ser ouvida e me deixar feito zumbi.

sábado, 14 de novembro de 2009

PENTELHOS E VAGINAS



Vocês se lembram daquele post sobre depilação nos homens que coloquei no outro blog (http://caoscassis.blogspot.com/) ? Acho que o nome do post era "Com Pentelho ou Sem?".
Pois é, após minha incursão nos chats de sexo virtual, adivinhem? Os caras estão mesmo ficando "peladinhos", e aqui mesmo no Brasil! O fenômeno do pinto pelado é internacional!
Escrotos, púbis, peito, costas e..........bunda. Quem não tira tudo, apara bem curtinho.
Só me lembrei desse fato, pois hoje de madrugada vi um documentário no GNT, que existe a "xana perfeita".
As mulheres nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, parecem que só fazem parto normal e sem a peridural, ou seja parir nesses lugares é muiiiiiiiiiiiiito sofrido, mas além das consequências que um ou mais partos podem ocasionar, como incontinência urinária e alargamento vaginal, agora existe a "vagina ideal".
Cirurgiões plásticos estão se especializando em correção estética das vaginas.
Mas como é a vagina perfeita?
Segundo o documentário, é aquela que quando a mulher em pé e nua, não tem nada "dependurado". Grandes, pequenos lábios e o clitóris, escondidos. Parece só vaidade, mas pelo visto, existem mulheres que sofrem constrangimento de terem uma "protuberância" quando colocam, por exemplo, biquini ou roupa de ginática ou dor quando colocam um jeans mais justo, andam de bicicleta e etc.
Existem vários métodos cirúrgicos para  incontinência urinária e alargamento vaginal que na verdade são males "antigos", mas a novidade mesmo é a cirurgia estética para vagina, chamada labioplastia.
Eu até procuro entender, mas essa questão estética me deixa perplexa.
Somos todas diferentes. Então porque o universalismo na periquita?
Será uma moda como o silicone, lipoaspiração, aplicação de botox e outras invencionices norte-americanas para deixar as mulheres que não se encaixam no padrão, mais frustradas ainda?
Será que os homens se incomodam com o aspecto das vaginas?
Bem de qualquer maneira, a coisa está acontecendo e se procurarmos algum profissional aqui mesmo em BH, especializado em labioplastia, é certo que já vamos encontrar.
Quanto aos depiladinhos, sinto muito rapazes, a moda pegou mesmo.
Conversei com muitos pênis, e a maior desculpa para essa raspagem radical é a higiene (?). Posso dizer que só um entre dez, admite que é vaidade.
Ah! Vocês sabiam que a depilação mais cara e mais completa para mulheres nos USA se chama Depilação Brasileira?
Ai gente! Eu juro. Tem dias que eu morro de rir...............

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

OUTROS ESCRITOS OUTROS

Agora que fiquei velha me pergunto: quem vai tomar conta de mim? Quem vai me fazer carinho e me consolar?
É Ildeu, pode voltar para BH, pois o nosso destino é sermos solteiros juntos.


Sonhei com uma festa de casamento. O bolo estava delicioso. Só.


Ultimamente, por falta de amor, resolvi amar a mim mesma. Só falta perder a barriguinha, então estarei perfeita para mim.


DEPRESSÃO VS. PERSONALIDADE

Depois que fui diagnosticada com depressão, que na verdade fez com que muitos se afastassem de mim por causa do preconceito, comecei a terapia que há muito havia abandonado e passei a tomar  remédios, achei que meu "eu" estava se modificando.
No começo da medicação, fiquei um tanto confusa porque acreditava que estava perdendo parte da minha personalidade. Desde que li um artigo sobre pessoas que pararam de tomar a medicação (uns 90%) por "efeitos colaterais" que são perda da libido ou a sensação de "não ser ele mesmo" fiquei grilada.
No começo do meu tratamento passei pelas mesmas coisas, mas não com essa intensidade a ponto de largar o tratamento. Após um tempo de medicação, a libido anda muiiiito bem e sobre minha personalidade, tive uma reação contrária a dos outros.
Tive a certeza que havia me encontrado afinal. Era a "eu" que sempre quis ser desde a adolescência. Perdi a agressividade, fiquei mais doce, mais frágil e mais dependente das pessoas, o que para mim era uma coisa inaceitável antes da depressão (ou doença, para os preconceituosos).
É claro que a Cassinha prima-donna com feirante napolitano, ainda mora em mim, mas hoje ela é mais molenga, preguiçosa, menos radical um pouco mais libidinosa e porque não dizer, sem-vergonha, mas também menos gregária.
Adoro gente, mas adoro a solidão.
Sou mais calada, menos focada e infinitamente mais paciente. Aliás, acho que paciente demais.
Continuo passional, apaixonada pela paixão, realista e meio linear (preciso cuidar disso).
Não espero mais nada de ninguém, apenas o que querem ou podem me oferecer.
Cansei de amar errado e agora aguardo que alguém me ame primeiro, depois, sei lá, eu vejo se dá certo.
Espero que esse post sirva de consolo para algumas pessoas que podem passar por essa situação e não se entenderem consigo.
É preciso paciência para se aceitar como nova personna e com bom grado aceitar a mudança.
Eu me adoro. Hoje.
Mas já me odiei e fui odiada por alguns.
Pensem nisso.

A propósito Anônimo (a), você quase me convenceu com seu comentário sobre o segundo casamento, no post anterior. Quase.

domingo, 8 de novembro de 2009

MUDANÇAS

"Começaria tudo outra vez, se preciso fosse, meu amor..." (Gonzaguinha)


Adoro essa música, mas não entendo "se preciso fosse".
Você começaria tudo outra vez?

Meu casamento, por exemplo, se voltasse no tempo, não começaria tudo outra vez.
Acho esquisito porque tudo que comecei de novo, deu errado. Tenho aquela estranha sensação de que aquele clichê "figurinha repetida não completa álbum", é fato.
A música é romântica e inspira a recomeçar. Recomeçar o que não deu certo da primeira vez?
Essa lição eu aprendi a duras penas.
Mas sei que uma relação mal resolvida no passado pode nos atrair feito um desafio no presente ou no futuro. É preciso deixar a roupa bem lavada quando terminamos algo, seja amizade ou amor.
Será que se fulano não tivesse casado e tido 2 filhos, eu começaria tudo outra vez?
De jeito nenhum. Dessa vez aprendi que não dá certo mesmo. Do modo mais cruel e surrealista, mas aprendi.
Heráclito disse que ninguém atravessa o mesmo rio duas vezes. São as (m)'águas que passam e deixam o rio diferente, nós mais sábios e enxergando as coisas sob outra perspectiva. Perspectiva essa que me faz compreender, se não deu certo da primeira vez, porque daria da segunda?
Eu pensava que porque tinha mudado, o outro havia mudado também. Não é verdade.
Mudei porque precisei. Foi absolutamente necessário para minha sobrevivência como pessoa.
Mudamos por causas diversas. Perdas familiares, perdas econômicas, perda de rumo e, se o outro não mudou, talvez não tenha precisado.
Recalques não resolvidos, a vontade de querer ser jovem para sempre, mantendo os mesmos hábitos do passado ou simplesmente teimosia, impedem a gente de mudar.
Briguei com uma amiga de mais ou menos 10 anos de conhecimento e ela insiste que foi injustiçada, continua falando para todos que é uma santa e não merecia aquilo. Ela não mudou. Apesar de um afastamento de alguns anos, a reencontrei do mesmo jeito. Começaria de novo a amizade? Não.
Para mudar, é preciso querer. É se sentir infeliz pelo seu modo de agir, é entediar-se com a vida repetitiva que leva, é sentir-se de alguma maneira, fora do contexto e sentir que faz as pessoas a sua volta infelizes e ser infeliz por isso. Reconhecer que está errado.
A mudança exige uma desconstrução daquilo que foi, para o que vai tornar-se. É como se retirasse toda sua pele e nascesse outra por cima.
É doloroso pois quem quer reconhecer que está errado? Quem quer olhar dentro de si e se constatar inadequado? Quem quer se auto-analisar e se assumir como ser humano que depende de outros para viver?
Mas mudar é preciso, pois o mundo muda a cada segundo e não ficamos mais jovens.
Não adianta viajar, cair na balada, tentar novos projetos, se você não se olhar no espelho e se assumir.
"Penso, logo existo" e se existo preciso me adaptar.
O carpe diem não vai te salvar. Não mesmo.
Aí então depois de mudar, talvez, começaria tudo outra vez.

sábado, 7 de novembro de 2009

SEMENTE

`

É uma semente que brota em sentimento inexplicável.
Queria crer que fosse uma doença; um vírus, uma bactéria.
Faz-nos felizes uns tempos, infelizes noutros. Uma semente que não sabemos como plantar.Impalpável, inatingível. Aparece quando não esperamos se vai da mesma maneira.
Não conseguimos a manipular. Tentamos retê-la, mas ela escapa.
Porque não consigo mais sentí-la?
Fico me perguntando, quando adoecerei de novo por causa dela?
Pois sim, acho que é uma doença.
Adoecida. Doente pela semente.

Acho que a culpa é minha.
Tenho que estar aberta para que ela venha e eu acho que estou fechada, lacrada para a semente.
Talvez meus poros estejam fechados, não tenho comido as coisas certas e necessárias ou o coração esteja irremediavelmente quebrado.
Eu ajuntei os pedaços, colei, mas não sei, vai ver deixei algum caquinho para trás.
A única coisa que sei, é que ele não bate mais desenfreadamente de alegria, nem de dor.
Meu estômago dói, mas a culpa é do refluxo. Minha respiração não fica mais maluca, sabe? Rápida demais nem entrecortada. Está normal.
Isso é uma coisa muito incômoda.
Não adoecer de amor.
Tem gente que nem sabe como é.
Você sabe?
Se importa?
Eu sei e me importo. Muito.





quarta-feira, 21 de outubro de 2009

LUTO E VITIMIZAÇÃO

 

Por um momento, um instante, perdi minha identidade.
Fiquei sem saber quem eu era, o que sentia.
Meus olhos, marejados de lágrimas, e eu sentada em uma mesa imensa, cheia de amigos.
Precisei me levantar para que ninguém me percebesse chorando. Gosto de chorar só.
Não é vergonha, é como se eu estivesse me desidratando em frente aos outros. Chorar, para mim, é um processo íntimo.
Levantei-me, afastei-me da mesa e chorei como essas pessoas que choram na rua, a gente percebe, fica com pena e não pode fazer nada. Era um sábado de manhã, na Livraria da Travessa.
Chorei por dois anos passados em que criei uma situação de auto-abandono.
Não tenho a quem culpar, só a mim.
Na maior parte das vezes, é mais fácil colocar a culpa no outro, mas nesse caso, eu sabia que eu havia me abandonado.
Foi a primeira vez em minha vida, em que minha razão tomou de chofre meu coração e me dei conta de que nem sempre a culpa de sua infelicidade é alheia.
Existe sempre um gôzo em ser a vítima e é necessário, absolutamente necessário, que tenhamos auto-crítica suficiente para enxergarmos quando começa o luto verdadeiro, o sofrimento real, e quando ele termina e vira uma situação de gôzo pelo sofrimento imaginário. Aconteceu em 2001.
Acho que não aprendi o suficiente, pois de novo repeti a novela mexicana em 2006 e parece ter sido muito mais dolorosa apesar do intervalo de 5 anos entre um caso e outro.
Não sei se faz parte da minha personalidade ou se é mais um defeito da minha grande lista, ao qual preciso me livrar, assim como as "perebas dos meus pés".
É preciso mudar. É necessário curar.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

SEXO VIRTUAL


Imagem retirada do endereço: gleen.bakanohon.com

Vocês me conhecem. Como diz o PPCava, eu "não valho um lote atrás do CEASA". Entrei em um chat de sexo virtual.
ADOREI.
Primeiro tem aquele negócio de escolher um nick falso, fazer um e-mail falso e um MSN também. Colocar umas fotos em que não apareça seu rosto de jeito NENHUM e escolher o parceiro na sala.
Devo confessar que à princípio, gostei da coisa, mas chega uma hora que não dá mais. Você se vê enredada em tantas mentiras que enjôa. Meus supostos parceiros, ainda me comunico com eles,  ficaram meio que uma amizade/sexo saudável, mas na sala eu não entro mais.
Primeiro que é uma loucura escrever com aquela gente. O diálogo é mais ou menos assim:
- Safado RJ - oi fulana
- oi safado
- q tc?
- ah naum sei
- vamu fz um sexo gostozinho
- será?
- vc tem cam?
- naum
- eu tnho vc vai gosar c meu 25cm de pau gostozo 

E por aí vai.
Então, escolher o cara já é dificil, engolir o português mais outra prova de tenacidade e entender os "códigos" da web, um esforço quase sobre-humano.
Mas, o mais hilário de tudo são os nick-names.
Existem os pornográficos, os descritivos e os adjetivados e mais um monte de coisa que agora nem vem à minha cabeça.
Nos últimos tempos, coloco meu nome na sala e fico sentada olhando os nicks, anotando ou só morrendo de rir.
Mas vamos lá com os exemplos que anotei.
Me perdoem não estarem em ordem alfabética, mas estou escrevendo direto no blog e não existe este recurso por aqui.

"25cm de prazer - Advogado com tesão - Arrombadinhas - Assadinha - aninhavirgemsemcam - Bombeiro_KCETUD - bondecama - cabra macho - Charmozão_SP - chupagostozo - Chupetinha (M) - CZADAINFELIZ - Cu no sio RJ - cueca linda - Decidido - DEPAUDURO - depiladinha - Depravado_cam - Dotado Gostoso - Dotado P/G - dread safado - gatinha tupacity - Gatinho lindo - goiano totoso can - gostosad+ - gotoso20cm pra vc! - GtoDeliciosoQ? - Gulosona - hoffmanpintudo - H40CAN - IANAQER - Keronamorada - Ksadinho - Ksado SP Z SUL - KZADOQUERKZADA - leide ninfeta - lindo de morrer - lindoCAMSÓ - lindo_pelinhocu$cam - loiradoida - lobo solitario - Loco por Kazada - Lord  Ator - MeArromba-Cam - meu pau acordou - Mic do Cavaco - minerim delicia - Modelo_H_CAM - molhadinha - Meladinho - morena gostosa -  Moreno Safado Cam - Nêgo_Sexy - ninfeta submissa* - No Chuveiro Cam - Passivinho - PAU BATEDOR - pau doro -  PAU DURO - pau na cam - pau grosso na cam - PauNegro - pauzao can - PAUZUDO NACAM - pedemesa.com - pega master - Pegue_e_Sonhe - PiKaDuraNaCam - PINTOCANQUERBUC - pirulito - prazer na cam H - Putão - prostituto - qro uma safada - Rola Dura _CAM - Roludo-cam - SeXo a Td HoRa - SODECUECA-CAM - Sonho_seu - Souterinho - taoexcitado - Tarado... - Tesudinha - todoseu rj - tribal - VIADOquerVARA-cam - e enfim o meu preferido: vim aki mentir tambem.

Este texto, não expõe nenhum dos participantes, já que não tenho nem o e-mail, nem os nomes verdadeiros dos mesmos.
Os apelidos foram retirados direto da sala de bate-papo e não tive contato com nenhuma dessas pessoas.
Os nicks podem ser mudados, copiados, e foram exatamente grafados dessa maneira.
Queria esclarecer algumas dúvidas H é homem só faz sexo com mulher (supostamente) (M) é mulher e só topa fazer sexo com homem (idem). Cam ou can é a webcam, que eles adoram e Graças a Deus não tenho.
Os nicks que não conseguimos saber se são masculinos ou femininos, é de bom-tom que você pergunte se é homem ou mulher, para não chamar pombinha de meu urubu, mas são poucos os nicks dúbios como SeXo a Td HoRa.
Deixei de fora os nomes comuns, que costumam ser falsos e os nomes de deuses mitológicos e personagens de livros, por serem considerados normais, afinal, você pode se chamar realmente Eros ou Afrodite, vai saber?
O mais importante de tudo, é se divertir e tomar cuidado com os (as) menores de idade, então é vital a pergunta "quantos anos você tem?" ou "qtos anos?"
Se o menor mentir, não é da sua responsabilidade. Cuidado. Tem sempre uma Lili 15 anos ou Beto16.
No mais:
add - adicionar ao MSN
fds - fim de semana
tc - teclar - conversar
E o principal; esqueçam a última Flor do Lácio. 99,9% não sabe escrever. Trocam  ç por s, s por z e mais algumas barbáries linguísticas que eu nem quero lembrar, então se o cara falar para você gosse gosse gosse, ele está falando para gozar.
Qualquer dúvida ou curiosidade, comentários por favor.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

As Montanhas e Nós

Quando eu penso em você, minhas pernas ficam trêmulas, sinto um vazio no estômago, minhas pupilas dilatam. Meu coração dispara em meu peito e acho que ele vai parar a qualquer momento.  Minhas mãos suam, meus seios se intumescem e fico excitada. Lembro-me do seu sorriso quando me vê e suas mãos em meus cabelos. Seus braços em meus ombros no restaurante e um sussurro em meu ouvido. Minha risada quando conversamos e seu riso contido de macho querendo ser mais sério do que na realidade é. Minha mão esquerda em sua coxa enquanto dirige e o som saindo dos alto-falantes; engraçado, nunca me lembro das músicas que ouvimos quando viajamos.
Nossas paisagens mineiras com suas montanhas de cerrado e de repente um pequeno amontoado de árvores quebrando a monotonia dos pastos. Como se chama? Será o bosque que sempre vejo escrito em livros estrangeiros? Como será que se chama o amontoado de árvores  e que às vezes tem uma casinha antes?
Sempre um hotel nas montanhas. Nunca o mar. Sempre as Minas Gerais.  É por esse motivo que amo tanto as árvores. Meus pés estão calcados nas terras vermelhas de minério de ferro. Nada é plano, como meus passeios a pé pela cidade. Cidade das minas, meninas.
Também por sua causa, fico tonta, respiração entrecortada, cabeça oca, um buraco sem fim.  No ar rarefeito. Escuto sua voz  e preciso de você como das montanhas. Quando me ama, me liquefaço no final. Descabelada, desfeita, e sempre querendo mais.
Precisamos viajar novamente.
Novamente ver as montanhas.
As árvores.
A nós.

Obs. No Brasil, não é bosque. Chama-se capão.                                                                    

Direitos da fotografia - Guacyr Aranha

Do site br.olhares.com

domingo, 18 de outubro de 2009

VOU MUITO BEM, OBRIGADA!

Apesar da minha verborragia contra os homens, relacionamentos, sexo e etc., não tenho verdadeiramente nada a reclamar.
Ao longo dos meus 45 anos, acho que fui bem amada como a maioria das mulheres, mas gostamos mesmo de reclamar.
Uns relacionamentos deram certo, outros não. Sofri como todos sofremos, homens e mulheres.
Sei que ainda amarei e então sofrerei, dada a minha descrença de que nada é eterno.
Se hoje, digo que não quero mais me casar, não é porque fui infeliz. Não tenho traumas ou recalques que me façam odiar a união estável.
Minhas razões são outras. Me casei muito jovem e cumpri esse "papel social" e hoje, tenho um acúmulo de objetos materiais que sempre me levam a pensar, onde vou colocar tudo isso se me casar de novo?
São livros, CDs, quadros, roupas, sapatos, objetos de decoração, enfim, tudo que uma pessoa acumula durante a vida.
Acostumei-me com minhas coisas em seus lugares, minha privacidade. Não me sinto plena, não por falta de amor e sim de objetivo. Cheguei aos "enta e 1/2" e tenho coragem suficiente para assumir de que não tenho a menor idéia do que fazer da minha vida. Briguei os dois últimos anos comigo em função dessa dúvida. Dúvida? Nem sei se é isso. Ando não querendo fazer nada, só ler e escrever.
Tenho amigos, sou querida por algumas pessoas (não dá para agradar gregos e troianos...), me sinto jovem e relativamente bonita e segura.
Adoro sexo, mas a solidão não me assusta.
Não frequento mais baladas, me enchi delas. Prefiro agora, as festas pequenas, reuniões com amigos e happy-hours. Aproveitei tudo que podia, não me sinto desperdiçada e só me arrependo do que não fiz, mas ainda dá tempo..........
Sou amada pelos familiares e fui também amada pelos homens aos quais me relacionei longamente.
Não me sinto à margem da vida.
Se o amor é importante? Claro que sim!
Quando estou apaixonada, me sinto mais viva, bela e florescente. Não sei se encontrarei o amor novamente, mas acredito que sim, apesar de não correr atrás dele.
Sou uma pessoa muito melhor quando amo. Sou muito passional para me trancar e jogar a chave fora.
A minha vida é como a de muitas outras pessoas. Obstáculos a serem transpostos, probleminhas que procrastino e felicidades fortuitas.
No mais, gerais.
Vou muito bem, obrigada!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

OS HOMENS DA MINHA VIDA

Todos os homens da minha vida se tornaram apenas um em meus escritos.
Misturei as boas e ruins experiências que tive com cada um deles e se tornaram um só como a lenda judaica do Golam. Um homem feito de misturas de barro.
Um dia, me satisfazem, noutro, me aborrecem.
Minha reação também é uma soma de tudo o que nutri por cada um e se tornaram verdades de um só imaginário.

- Aquele que amei mais que todos e não fui correspondida;
- Aquele que beijou minha nuca num dia de muito calor, mas não o quis;
- Aquele que foi o primeiro a dizer coisas sobre minha anatomia que eu ignorava e ficamos amigos;
- Aquele que foi inseguro durante todo o tempo que estivemos juntos, o primeiro que pensei em me casar e foi-se embora do Brasil;
- Aquele em que fui a primeira em sua vida;
- Aquele que foi o mais egoísta e o abandonei e quando caiu sua ficha, ele implorou para que voltássemos e não voltei;
- Aquele que dancei quadrilha em uma festa junina da Mariângela Lima e foi uma noite maravilhosa de curtição e amassos, mas sem sexo.

É verdade que minha lista de amores é muito curta, mas diversificada. Na realidade eles são únicos. Cada um com suas manias, defeitos, qualidades, cheiros, gostos e idiossincrasias. Especiais e raros para mim.
Mas não somos todos assim?
Únicos e especiais.
Os textos dizem respeito a todos.
Os homens da minha vida se tornaram um só.


Foto - Desenho de M.C. Escher

sábado, 3 de outubro de 2009

SER OU NÃO SER........CORNO


Ser corno é uma arte.
O cara se reveste de uma armadura de auto-indulgência que exige um trabalho imenso de aceitação.
Autoestima no fundo do poço.
É triste, mas verdadeiro. Socialmente, a corna é vítima; o corno um otário.
Quem entendia disso era Nélson Rodrigues que nos deixou histórias de cornos famosas. Algumas hilárias, outras trágicas.
Ao meu ver, o homem já nasce corno. Pelo menos a maioria.
Quanto maior o ciúme, maior o chifre. Mas na realidade como diria o cantor Falcão (bom, bonito e joiado), "chifre é que nem assombração, realmente aparece para quem tem medo".
Quanto mais inseguro o cara, mais ele se arrisca a virar corno.

O corno é um homem triste, desconfiado e solitário. Uma vez descoberto o chifre, nunca mais ele esquece.
Ele pode matar a mulher, espancá-la, deixá-la ou até mesmo perdoá-la, mas esquecer, jamais.
Morre corno, e uma vez corno, ele nunca mais confiará em mulher alguma. Todas serão, para ele adúlteras em potencial.
O corno não conta aos amigos sobre o chifre. Ele se sente marcado, envergonhado, ferido em seu orgulho de macho alfa. Ele está sempre se perguntando onde foi que errou. Ele na verdade errou, a mulher ou era relegada a segundo plano ou era desprezada. Sua cagada foi não ter terminado com ela antes da "Solução Final". 
Quando eles conseguem se relacionar novamente, estão sempre com ciúmes da mulher da vez e uns se tornam machões à moda antiga. Vigiam o comprimento da saia, decote, maquiagem e tudo mais que uma mulher gosta de usar mas, que pode se tornar uma arma de sedução para o próximo.
Existem aqueles que nunca mais se relacionam. Estão sempre achando que a próxima vai fazer a mesma coisa que a anterior, assim, eles não se abrem, não se entregam, não se comprometem.

É claro que existem as cornas e elas podem ser terríveis porque elas tem uma tendência ao perdão, mas não perdem a oportunidade, na primeira briga, de jogar na cara do homem que foi traída e por amor o perdoou. Mulher é um bicho muito manipulador (hehehe). Medéia foi a corna mais terrível da literatura.

Eu já fui corna, mas só descobri depois de terminado o namoro. Fiquei profundamente ferida, ofendida e tudo o que a gente pode e quer sentir sobre o assunto, mas assim que esqueci o cara, os chifres sumiram.
Talvez eu seja uma grande otimista. Sou ciumenta, mas nunca fico encucada pensando se o cara tem outra. Eu até pergunto, mas se disser que não, tá limpo.
Não sou curiosa. Nunca mexo nos bolsos de calças e paletós dos meus namorados. Não ponho a mão em celular de homem e nem mexo em sua carteira.
Namorei um cara que viajava pra caramba. Três meses na Espanha, seis na Itália, não sei quantos no Canadá  e por aí vai. Quando o amado voltava de uma viagem eu nunca perguntava se tinha ficado com alguém lá e nem ele ousava me fazer essa pergunta.
Eu não ficava com ninguém (porque sou assim mesmo) e pode parecer meio ignorante, mas para mim o que os olhos não veem o coração não sente. Meu único medo da traição, não são os chifres, mas DST.

Atenção cornos do meu Brasil varonil e escolhido para as Olimpíadas de 2016. Chifre  não é doença terminal. Passa. Esqueçam a biscate pois tem um monte de mulher legal por aí.
Se preocupem mais com sua saúde sexual do que com os chifres, pois muitas doenças que as mulheres transmitem, são assintomáticas nos homens e se por acaso forem vocês os adúlteros, façam o favor de usar camisinha.


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

OUTROS ESCRITOS

Uma vez, há muito tempo atrás, estava tão desesperada que recorri a um dos amigos dele pedindo aconselhamento.
Suas palavras foram tão vãs e em nada me esclareceram então eu me perguntei em minha aflição de abandono:
Quem liga?
Ninguém. Só eu mesma.

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Não sei porque me apaixonei tão perdidamente por ele.
Eu era tão ousada e voraz e ele fazia sexo com tal inocência que não parecia homem feito.
Quem sabe ele não gostasse de transar comigo? Não sei.
Só sei que essa inocência e delicadeza ao qual não estava acostumada, foi a minha perdição.
Sim. Para sempre.

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Mesmo não sentindo mais o mesmo, penso em você todos os dias.
Todos os dias me pergunto porque achei que estivesse apaixonado por mim.
Não quero mais me enganar, então agora não me entrego mais.
Deixo meus sentimentos de lado, pois se os coloco em perspectiva, acabo despejando a verdade. É isso mesmo. Eu não falo, despejo.
Não quero dizer a verdade nem mentir.
Só omitir.
Omitindo não me comprometo.
Aprendi a ser uma incógnita.
Por isso preciso do blog.
Ser incógnita me fere fundo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ESCRITOS

Queria não ter nenhuma divida emocional.
Devo tanto, que vou morrer inadimplente.
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Ontem em minha rua, vendo os ipês roxos, perdendo suas flores, veio-me uma vontade irresistível de tirar a roupa à noite, deitar-me ao chão e deixar-me ser coberta pelas flores que estão caindo.
Ficar totalmente coberta.
Afogada.
Que não me restasse nem um pedaço de pele à vista.
Assim, completamente coberta de flores, eu dormiria e teria um sono sem sonhos.
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Andei pensando em quantos livros é preciso possuir para gabar-se em ter uma "biblioteca" e cheguei à conclusão de que é preciso apenas um.
Especial, querido e tão importante para si, que talvez você já saiba o seu conteúdo de cor.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A QUEM POSSA INTERESSAR......

Desenho de M.C. Escher


Sonhei com você ontem à noite.
Pensei que nunca mais aconteceria, mas pelo visto, não tenho controle sobre o meu inconsciente que, algumas vezes me ajuda, em outras me sabota.
Não foi um sonho ruim. Foi mais como uma névoa. Um sonho da qual não me lembro detalhes.
Sem angústia, ódio, mágoa, sexo, amor. Sem nada.
A minha estranheza vem daí. Da falta de alguma coisa.
Parece que todos os sentimentos se foram e ficou um vazio que se recusa a ser preenchido.
Um buraco negro.
Acho eu, que deveria estar dando pulinhos de alegria, pelo esquecimento, mas não é o que está acontecendo.
Tantas coisas se passaram depois de nós (ou devo dizer, de mim) que não consigo sentir essa utópica felicidade. Aliás, nem felicidade e nem tristeza. Nada.
Não sinto nada.
Sou um vazio que escreve num blog para conseguir colocar no papel, aquilo que não consigo com as palavras verbalizar.
Palavras. Tão importantes para mim. Meu amor pela linguagem.
Antes o exercício de escrever, tampava o buraco, hoje, parece que não basta.
Preciso de mais.
Não sei viver sem sentir nada.
Minha necessidade de sentir algo é preemente. Como se me faltasse o ar.
Bem sei que você não tem nada com isso, mas por mais incrível que pareça, sinto que você é a pessoa que mais me conhece em todo mundo, apesar de eu não conhecê-lo como eu queria ou deveria.
Mas isso não importa.
O importante é minha sensação avassaladora de que você e mais ninguém pode compreender.
Apesar de tudo.
Apesar de todo sentimento que houve e não houve.
Não se sinta obrigado a nada. Você nunca se sentiu, eu acho.
Foi só um desabafo.
Só uma pegada de ar bem forte com meus pulmões.
Um respiro bem profundo.
Se ainda acompanhar o meu blog, obrigada por ler.
Obrigada mesmo.


Para L.