quarta-feira, 14 de outubro de 2009

OS HOMENS DA MINHA VIDA

Todos os homens da minha vida se tornaram apenas um em meus escritos.
Misturei as boas e ruins experiências que tive com cada um deles e se tornaram um só como a lenda judaica do Golam. Um homem feito de misturas de barro.
Um dia, me satisfazem, noutro, me aborrecem.
Minha reação também é uma soma de tudo o que nutri por cada um e se tornaram verdades de um só imaginário.

- Aquele que amei mais que todos e não fui correspondida;
- Aquele que beijou minha nuca num dia de muito calor, mas não o quis;
- Aquele que foi o primeiro a dizer coisas sobre minha anatomia que eu ignorava e ficamos amigos;
- Aquele que foi inseguro durante todo o tempo que estivemos juntos, o primeiro que pensei em me casar e foi-se embora do Brasil;
- Aquele em que fui a primeira em sua vida;
- Aquele que foi o mais egoísta e o abandonei e quando caiu sua ficha, ele implorou para que voltássemos e não voltei;
- Aquele que dancei quadrilha em uma festa junina da Mariângela Lima e foi uma noite maravilhosa de curtição e amassos, mas sem sexo.

É verdade que minha lista de amores é muito curta, mas diversificada. Na realidade eles são únicos. Cada um com suas manias, defeitos, qualidades, cheiros, gostos e idiossincrasias. Especiais e raros para mim.
Mas não somos todos assim?
Únicos e especiais.
Os textos dizem respeito a todos.
Os homens da minha vida se tornaram um só.


Foto - Desenho de M.C. Escher

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