domingo, 30 de agosto de 2009

PERDÃO


Perdoei você por me achar louca
Por me deixar louca
Perdoei você por me deixar só
Por te achar vulnerável
Perdoei você pela minha carência
Por achar que ia salvá-lo de si
Perdoei você por macular a música
Por eu deixar meu trompete largado
Perdoei você pela sua condescendência
Pela minha falta dela
Perdoei você pela falta de carinho
Pela minha confiança total em você
Perdoei você por ter muitos compromissos
Por querê-lo só para mim
Perdoei você pela sua paciência (?)
Pela minha avidez
Perdoei você por me abandonar
Por eu ser muito frágil
Perdoei você por me tratar como invisível
Por me deixar largada num canto qualquer
Perdoei você pela minha dor
Por não te fazer sentir nada
Perdoei você por não ser verdadeiro
Pela minha franqueza excessiva
Perdoei você por não me amar nunca
Por dizer que te amava sempre
Te perdoei enfim por tudo
Me perdoei enfim por nada
Pois nada fiz demais
Além do que amá-lo, sem ser amada
Perdoei

sábado, 29 de agosto de 2009

MEMÓRIA E PASSADO

"O passado é lição para se meditar, não para se reproduzir" Mário de Andrade "Quando o interesse diminui, com a memória ocorre o mesmo." Goethe É impressionante como hoje em dia nos preocupamos com nossa memória. Muitas pessoas conhecidas (inclusive eu), foram aos seus neurologistas preocupados com o esquecimento. Dizem que quem esquece o passado, tende a repetir os mesmos erros no futuro, concordo, mas também quem fica preso ao passado, não consegue vislumbrar o futuro. A explicação do meu médico (muito lógica por sinal) é que hoje em dia existe tanta informação disponível que; os jovens assimilam pelas "beiradas" e nós na faixa dos "enta" esquecemos para nossa própria conveniência. Abrimos "espaço" no nosso cérebro para retermos coisas que consideramos realmente importantes. Agora, se você se esquecer o nome dos seus pais ou seu endereço residencial, melhor ir ao médico URGENTE, porque aí a coisa é feia. Fora isso, nada a temer. Mas o importante é que além de esquecermos coisas banais, também esquecemos as desventuras, amores impossíveis, amigos desaparecidos ou amizades rompidas, mágoas tristezas e lágrimas. Além do esquecimento se tornar uma benção, o sentimento vira passato. Tirei fotos que não me recordo quando, escrevi textos que amarelaram e não tem data,  castigos impostos pelos meus pais por coisas que fiz (ou deixei de fazer), esqueci e perdoei mútuas sacanagens entre minhas irmãs mais novas e eu, esqueci amores antigos. Tudo virou passado e às vezes um passado bem difuso. É claro, que não esqueci aqueles que amei e se foram como meu pai, meus avós e outro tanto de pessoas que conheci e morreram. Eles são inesquecíveis. O mais legal do esquecimento, é que ele não marca data. Um dia, você acorda e não se lembra mais. A mágoa passou, os olhos estão secos, o amor e a tristeza foram embora tão de repente que você não percebeu. Não quer dizer que você tenha "substituído" o sentimento por outro. Pode até acontecer, mas não vamos generalizar. Embora algumas pessoas digam que só curamos um amor com outro amor, isso é possível mas não provável. Serve também para todos os outros casos. Você troca um amigo por outro? O importante é que tudo vira passado. Passado e às vezes indiferença. Nada intencional, de propósito. Apenas foi. Um clic inaudível. Num instante em que as nuvens desapareceram dando lugar ao sol. Os sentimentos se esvaíram como a fumaça do cigarro que agora expiro para fora da minha janela. Passou. Passou.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cuidado, a perfídia está solta............

Está caminhado nas ruas de saltos altos, está nos prédios de escritórios vestindo camisas Lacoste. Soltaram os lobos e não avisaram a ninguém. Os fofoqueiros, as falsas vítimas, os sonsos, os pessimistas, os pseudo-intelectuais, os que não tem fé, os invejosos, os que mentem, os críticos, os que julgam, os incriminadores, os loucos, os falazes, os farsantes, os ladrões, os preguiçosos, os fingidos, os auto-enganados, os politiqueiros, os demagogos, os reacionários, os traficantes, os glutões, os carniceiros, os proxenetas, os soberbos, os falsos profetas, os demoníacos, os que desprezam, os desprezíveis, os maquiavélicos, os irados, os manipuladores, os lambe-cus, os dissimulados, os sociopatas, os maldosos, os avarentos. Todos sorrindo e andando pelas ruas da cidade à espreita. Lobos em peles de cordeiros. Símpáticos, estimulados pelos incautos. O Inferno é aqui.

sábado, 22 de agosto de 2009

MEU REI

Ah meu baiano, meu Rei! Quando estou com você minha vida pulsa Bahia de Todos os Santos. Seu corpo me mata de prazer. Seu jeito manso e preguiçoso me tira da cadeia de montanhas de Minas e me leva para o mar azul, céu azul. Ele é fruta tirada do pé que eu mordo e morro de prazer. É Dorival Caymmi em minhas veias. Aquela quentura mansa, sem compromisso. Aquele jeito malandro de dizer "maiiinha" para mim. Bem sei que não sou única. Um Rei precisa de muitas. Mas eu não ligo, mesmo assim é bom. É bom no falar, no acariciar, penetrar. Meu Rei é minha imaginação que não pára em lugar algum, só em seu corpo. Vinte e quatro horas por dia, essa excitação que não me dá descanso. Nem mesmo enquando durmo. Meu Rei, macho Rei. As águas de Ondina são minhas lágrimas e meu desejo quando ele surfa em mim. Abro-me toda, braços e pernas para te abraçar. Meus seios, meus lábios, meu sexo, são seus. Penetra meu Rei em meu corpo e minha cabeça. Ele é meu. Eu sou dele. Ondina é minha vagina.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

INVASORES DE SONHOS

Enquanto idiotas interpretam meras mensagens que julgam eróticas, eu durmo, e à noite você invade meus sonhos. Eu bem sei, mas deixo fazê-lo. Penetra até em meus pesadelos como penetra em mim. Invade os recantos mais inacessivéis, meus labirintos, mas sempre acaba me encontrando. Não importa se os sonhos são bons ou ruins, pois quando os invade e me descobre, eu me contorço de prazer. Você tão frágil na sua fortaleza, captura, revira e remexe ilusões, cheiros e sensações que a minha mente fabrica enquanto sonho. Quatro mãos se entrelaçam, sua boca que suga meus seios, pernas embaralhadas. Agora é meu tempo de gôzo. Você acorda e não se lembra de nada. Eu não. Acordo molhada com seu sêmen e então tenho certeza de ter sido invadida. Está perto o momento em que eu invadirei os seus sonhos, então assim você também vai se lembrar. Dos meus olhos, meu cabelo, meu sexo molhado. Vai se recordar do gosto do nosso suor, dos nossos lábios juntos e de junto gozarmos. E quando a minha hora de invadí-lo chegar, você vai saber quem eu sou, pois estou sempre ao seu lado e você ainda não percebeu. Para alguém, ele sabe quem.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

FIM DE SEMANA

Desculpem-me amigos, "roubei" duas postagens antigas do meu outro blog, pois acho que elas não combinam lá. Passei um fim de semana filho da puta. Isso mesmo. Baixo calão, mas eu tenho este direito. O blog é meu e escrevo o que quiser. Vou escrever sobre a merda dos meus sentimentos. Azedume, amargura, frustração. Nem sempre La Vita è Bella. Nem todo dia faz sol. Estou cansada das ironias, críticas e fofocas. Conversas superficiais para preencherem um vazio considerado constrangedor. Vontade de gritar para o universo calar a boca. Quero silêncio total. Não quero saber das notícias do mundo. Não quero ver as bundas da revista Caras, nem as caras de bunda delas. Quero ficar quieta no meu canto. Minha casa não é "su" casa. Quero esquecer homuncúlos que me fizeram amar e sofrer. Também os homens-criança que não dão conta de seus sentimentos. Não quero ir ao cinema no shopping. Não quero ir ao shopping. Não quero responder e-mails. Cansei da felicidade forjada. Perto, só os amigos que amo. Estou muito cansada. Nada como um dia após o outro.

FLORES

Tudo terminou com um bouquet de flores. Coloquei-as em um vaso, rasguei o cartão. Deixei murcharem, despetalarem. Algum dia, ajuntei os talos e pétalas e joguei no lixo. A água, despejei no vaso sanitário. *blogado em 09/07/09 no caoscassis

CHUVA E AMOR

01:30 da madrugada.
Ele dorme ao meu lado e eu escuto a chuva caindo, fazendo um barulho tão reconfortante que dá vontade de chorar.
Seguro o sono como uma criança teimosa. Não me deixo levar, só para poder curtir um pouco mais do calor do seu corpo. Sua respiração lenta e o barulho da chuva me reconfortam. Lembram-me as coisas rotineiras, bobas, que não ligamos no dia a dia, como o cheiro de amaciante na roupa de cama recém trocada, achar um trocado no bolso do jeans que foi lavado e passado, sentir um beijo na nuca que arrepia todos os pêlos..... Até o da própria nuca.
Vou segurando o sono e ele ainda dormindo, me abraça. Depois disso, não tem jeito; eu sucumbo. Fecho os olhos e sonho que ele é o meu amor.
Ainda não. Mas quem sabe?
Amanhã é um novo dia.
* blogado no caoscassis em 09/12/08

sábado, 15 de agosto de 2009

LINDA?

 Lembro dos meus sonhos quase todos os dias. Adoro, mesmo que sejam pesadelos. Esta noite sonhei que estava na cama com um cara. O rosto não apareceu, mas pela compleição física, acho que era H.Ele é um dos poucos homens proporcionalmente grandes com quem me relacionei, deve ter quase um metro e noventa. Teve outro também, quando era adolescente, mas isso é outra história. Aconteceu uma coisa estranha. Encontrei com ele na festa do Comida di Buteco e ele fingiu não ter me visto, estava acompanhado. Dias depois, eu estava acompanhada no Via Cristina e ele veio todo simpático me cumprimentar com beijocas: "Oi linda! (?????) - E aí cara, beleza? (?????)" para o meu par. Existem homens que não podem nos ver acompanhadas. É como se fôssemos só deles, mesmo que o affair tenha acabado há um longo tempo. Homens são como criancinhas que se divertem com seus brinquedos, até o dia em que resolvem "doar", mas quando eles se deparam com a "doação", eles a querem de volta. É o famoso "nem comigo, nem sem-migo" Acho espantoso! Mas existem mulheres assim também. O sonho com H. foi nota mil, mas ele sempre foi bom. Talvez ele seja o cara mais bonito com quem me relacionei. Na minha listinha, ele é o campeão. Mas não era para dar certo. Era só tesão mesmo. Sexo animal e selvagem. Tenho um ex que me liga todo mês. Ele especula, quer saber se estou sozinha, como vai a minha vida e esse tipo de papo furado, mas na verdade, ele não quer nada comigo. Ele só quer manter o contato para saber se algum dia posso servir de stand-by. Não me ofendo. Morro de rir e dou o maior mole. Me divirto muito e ele sabe que eu sei, então virou um jogo nosso. Agora tem uma coisa estranha acontecendo comigo. Depois dos 40, virei linda. Nunca fui linda, nem mesmo bonita. Sempre fui "diferente". Tenho cara de judia e sou branquela. Quando vou ao Rio os camelôs acham que eu sou estrangeira. Só uso roupa que eu gosto. Se estiver na moda, bem, senão estiver amém. Sou "extravagante" aos olhos das mulheres e "diferente" aos olhos dos homens. Fiz um esforço danado na vida para ser culta e inteligente, para compensar a falta de beleza. Nem sempre dá certo. A maioria dos homens se intimidam comigo e em contrapartida detesto os burros. Nunca fiz questão de estar com um homem que "parecesse" comigo no cérebro. Aprecio a diversidade, mas burro não rola. Gosto de homem que conversa me encarando nos olhos. Me dá o maior tesão. Esses são raros de se encontrar, parecem que estão escondendo algo ou tem medo de mim. Gosto de mãos bonitas de preferência grandes. Unha roída.... que nojo! Gosto deles seguros de si, mas sem aquela pretensão tipo "eu sou foda". Gosto de beijo molhado, macio, suave com mordidas nos lábios. Nada daquela aflição de espremer sua boca parecendo que vai quebrar seus dentes ou te sufocar com a língua. 90% dos caras não sabem fazer sexo oral. A gente mexe daqui, mexe dali, dá uma forcinha, mas é frustrante. Por causa disso sou defensora das relações duradouras. Dar um tempo para o outro conhecer seu corpo e você o dele. Mudando de pau para cavaco, não sei porque fiquei linda de repente. Esta semana, fui linda três vezes. Agradeço aos rapazes pelo elogio inusitado, mas não sei se acredito. Sou muito segura das minhas qualidades, habilidades e principalmente minha libido, mas linda? Não sei não......... P.S.Favor não mandarem comentários com falsos elogios, porque eu não sou boba.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

FELICIDADE


Tenho me sentido muito feliz nos últimos tempos. Não que eu tenha me sentido infeliz, nos tempos anteriores, mas a felicidade é tão fugaz e simples, que a gente acaba deixando ela ser obstruída pelos outros pensamentos que enchem nossa cabeça. Projetos, problemas, leituras, músicas, eventos conversas e então não percebemos que tivemos momentos muito felizes durante o dia. A felicidade e a infelicidade absolutas, não existem, são momentos que vem e vão. Sinto-me plena, preciso de uns ajustes, mas o resto está ok. Devo agradecer especialmente a Baianinha e ao Eddie pelo meu estado atual. Lorena, você é a pessoa mais generosa que eu conheço e espero sinceramente nunca abusar do seu dom, como muitas pessoas fizeram no passado. Edward, você é o homem mais sensato que já tive o prazer de conhecer e o meu querido amigo mais recente e gostoso (desculpa, não consigo resistir, sabe que eu não estou te cantando de verdade, mas quem mandou você nascer ruivo?). Este "textículo" é para vocês com todo meu amor e agradecimento. Amor de verdade. Beijos da Doida.

domingo, 9 de agosto de 2009

CALA BOCA

 Cerra seus lábios mulher. Cerra com força para que deles não saiam nem um suspiro. Não saiam palavras em vão. Desperdício de Verbo. Que não saiam elogios nem críticas. Cerra seus lábios mulher, para que não expressem sentimentos, justificativas, razão. Para que não diga nem um sim, nem um não. Palavras de amor estão proibidas, palavras de ódio também. Seja honesta, seja modesta, fique muda. Não diga nada de que possa se arrepender. Não pronuncie palavras para tentar compreender. Não pergunte porque, não pronuncie talvez. Cerra com força seus lábios. Fecha essa matraca fêmea de fofocas, despejo de injúrias. Fecha esses lábios pintados de carmim para que não sussurrem palavras de amor. "....dê ouvidos a muitos, mas a poucos tua voz..."* Cerra, fecha, lacra. Para que não diga nunca, para que não diga sempre, para que não diga parasempre. Fica muda, abre os ouvidos e escuta. Observa com exatidão a vida a sua volta. Escuta com cuidado, com cuidado observa. Mas não diga nada. Nada de seus lábios sairá. Boca. Lábios, luxúria maldita. Cala sua boca mulher e vá escrever. *William Shakespeare - Hamlet

sábado, 8 de agosto de 2009

ÚLTIMA CARTA

Caríssimo, Esta é a última correspondência entre nós. Gostaria de dizer como te amei. Não era paixão, era amor de verdade. Amei seus pêlos, seus cabelos, seu buraco no queixo e sua barba que quando mal feita me machucava. Amei suas faltas, seu descaso, seus telefonemas improváveis. Amei seu corpo. Amei sua fragilidade e covardia. Suas ironias. Amei seus silêncios, seus desaparecimentos, seu sexo. Amei seu pé de sonho e seu travesseiro que me dava torcicolo. Amei seu cheiro, sua falta de atenção, sua polida educação. Amei a música que dava ritmo aos lençóis. Amei sua infelicidade e seus vários compromissos sem mim. Amei seus amigos que não conheci e sua comida que nunca comi. Amei sua tristeza e conformismo. Amei sua família, irmãs, sobrinho, que nunca vi. Amei sua casa e sua falta de amor. Amei a idéia de te embalar em meus braços e te consolar, como a gente consola uma criança que caiu. Amei o jornal que me levou quando da morte do Sinatra. Amei suas viagens, sem estar nelas. Amei seu entusiasmo pela estrada de terra. Amei você, mesmo quando ficava sozinha nos feriados prolongados. Amei a idéia de ficar ao seu lado. Só mais um pouquinho. Não todos os dias, mas nos dias de colo e afago. Amei tanto que secou. Nunca amei ninguém assim. Nunca mais vou amar alguém assim de novo. É doentio. Foi a viagem mais perigosa da minha vida. Adeus

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

NUM TEMPO DA DELICADEZA

"...Depois de te perder Te encontro com certeza Talvez num tempo da delicadeza..." (Todo Sentimento - Chico Buarque) Pobre de nós. O Chico lançou esta música em 1987. Hoje, no século XXI, não há mais "tempo da delicadeza". O tempo é virtual, World Wide Web. Namoramos por torpedos, acabou os olhos nos olhos, sentada em um bar, sentindo aquele formigamento por um homem que está sentado em uma mesa do outro lado. Terminamos relacionamentos e amizades por e-mails. As palavras deixaram de ter importância, para se tornarem códigos, abreviaturas e winks no MSN. Não quero velas, champagne e rosas. Quero contato humano. Sutilezas. Quero palavras ditas frente a frente. Não quero sexo por telefone. Quero transar com carne, pêlos, pênis, mãos, lábios, cabelos. Um homem em carne e osso. Quero um homem que decida-se. Não quero me casar, tolher a liberdade do outro, caçar seus segredos nem invadir a privacidade de ninguém. Quero a verdade dita, mesmo que seja cruel. Quero as alegrias de um amor correspondido e a fantasia, a saudade de quando estamos separados. Sentir o coração do outro batendo no mesmo ritmo que o meu, quando estivermos abraçados. Quero preliminares longas com maciez de veludo. Quero orgasmos reais com homens reais. Não serei seduzida por um sujeito qualquer, que viu meu perfil na Internet. Não me excito com torpedos galantes. Para onde foi a confiança, a cumplicidade e a honestidade das pessoas por seus amores? O que houve com a hombridade? Será que todos os homens estão se sentindo emasculados para se tornarem metrosexuais? O que foi que fizemos? Quero de volta a realidade, como deve ser. Não quero ir à Obra e "pegar" um bêbado. Quero um homem que se embebede junto a mim, na intimidade. Quero terminar o dia, suada junto ao meu parceiro pelo esforço da satisfação mútua. Abraçados, cansados. Na suavidade do momentum. Num tempo da delicadeza. "Onde não diremos nada Nada aconteceu Apenas seguirei como encantada Ao lado seu..."

ÁGUAS

O Amor bateu na porta. Abri, ele me estendeu a mão e eu o segui. Mergulhei com o Amor. Suas águas eram calmas e claras. Mergulhei com o Amor, fundo e mais fundo ainda. Amei o Amor como nunca havia amado antes. Nossos corpos pareciam um organismo unicelular. Foi uma experiêcia que eu não tive com nenhum outro amor antes. Depois de um tempo, um longo tempo juntos, as águas ficaram turvas. Mergulhei tão fundo no Amor que comecei a me afogar e para não morrer de amor, fui obrigada a voltar à tona. Mas o Amor não emergiu. Dissolveu-se nas águas profundas e nunca mais o vi.