terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MORRENDO DE RIR

Atenção: Se seu parceiro (a) acha que você não tem passado, você está com a pessoa errada.

Baixei uma foto antiga tirada no fim dos anos 90 na porta do Soho Pub em um álbum no Facebook e um dos fotografados que estava acompanhado da namorada da época mandou uma mensagem raivosa pois "marquei" seu nome na malfadada. 
A mensagem foi "Por favor pare de me marcar nas fotos. Quer publicar, otimo. Te falta percepcao que estava com outra pessoa e que nao me interessa q as pessoas saibam. Obrigado. Ficaria mais feliz se deletasse."
Imediatamente, fiquei fula, mandei o "amigo" a merda e enfim falei o que eu achava. 
Depois morri de rir da falta de maturidade dele ou dela. A foto não foi tirada por um paparazzo ontem flagrando o cara com outra. É uma foto antiga, que por sinal nem compromete o sujeito com a moça em questão. Ela poderia ser citada apenas como amiga, já que a atual namorada deve pensar que ele é um virgem de quarenta anos.
Tenha dó. E mais respeito.
Seria incapaz de qualquer inconfidência ou indiscrição de alguém. Fiquei puta e deletei a foto substituindo-a pela mesma com o rosto do sujeito deformado para não ser mais reconhecido e sem a marcação do nome.
Percepção eu tenho até demais, só não entendi a ofensa.
Abaixo, segue a foto com o rosto do sujeito em questão, irreconhecível.
Se alguém achar que há algo de comprometedor na mesma, favor enviar comentários.
Foto deformada, amigo deletado.
C'est fini!

Desconhecido, Juliane, Delano e eu. Atrás um cara que eu não me lembro o nome.

Hoje exclui cinco posts do blog.
Porque? Não sei. Não pretendo ser uma escritora famosa, mas os textos no final das contas, não me agradaram. Existem outros que eu gostaria de excluir por N motivos, mas seu fizer isso, vou estar apagando um monte de sentimentos experimentados.
De uns textos, tenho vergonha pela exposição dos sentidos, outros são muiiiiiiiiitos mal escritos mas não dá pra tirar tudo.
Escrever é a coisa mais difícil do mundo. Mais difícil que tocar trompete ou cozinhar comida metida a besta.
Escrever é um exercício exaustivo. Lidar com a frustração de não encontrar a palavra certa, a expressão que demonstre certa realidade ou não. É foda.
Tenho escrito pouco por esse motivo.
A imaginação tá em falta e tomei uma decisão mais ou menos estranha de escrever ficção. Ainda assim inventar é também colocar um pouco da nossa experiência nos personagens.
Bom, espero ficar mais prolífera (palavrinha babaca). 
Tomara.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

SMARTPHONE

Ele decidiu acabar com tudo. 
Para ficar livre precisava terminar aquela relação  que de paixão e amor, transformou-se em tédio.
O cotidiano, a rotina, as brigas e o sexo de reconciliação. Tudo uma farsa.
"Direi a ela que não a amo há muito tempo."
Tinha o texto completo na cabeça.
Pesou bem as palavras, os gestos e quando se barbeou pela manhã, chegou a dar uma ensaiadinha na frente do espelho embaçado pelo vapor do chuveiro.
Saiu para trabalhar e passou os dedos por dentro do colarinho da camisa sentindo-se estrangulado pela gravata.
Sorriu para os clientes durante a manhã, apertou várias mãos, fechou um novo contrato.
Engoliu o almoço e mais uma vez, achando que a gravata estava apertada demais desafrouxou um pouco o nó.
Não adiantou. Parecia entalado.
Imaginou ironicamente "se eu fosse uma mulher, esse aperto na garganta seria um sinal ou intuição. Pura babaquice."
Já no escritório, estranhou o fato dela não ter telefonado nem uma vez e de certa maneira sentiu-se  grato por aquela falta de comunicação.
No meio da tarde, a gratidão se transformou em um misto de impaciência e um tantinho de ciúmes.
Com sua mesa atolada de papéis, conformou-se. Imaginou que ao chegar em casa, ligaria e como sempre depois de tirar o maldito terno, tomaria uma ducha, sairiam para um restaurante ou um lugar qualquer para conversarem e assim ele resolveria toda a questão.
Estranhando seu smartphone estar misteriosamente silencioso, percebeu que a bateria descarregara.
"Tanto melhor. Ela sempre reclama que ligar para o escritório é uma chatice pois minha secretária sempre diz que estou ocupado em outra linha."
Ainda incomodado com o nó na goela, resolveu trabalhar sem distrações e mergulhou no restante da papelada imaginando deixar o escritório mais cedo.
Lá pelas cinco e meia, deu uma olhada na agenda para o dia seguinte, ajeitou um pouco a mesa e avisou a secretária que estava saindo.
Já no elevador, desabotoou o colarinho, tirou a  gravata e a enfiou no bolso do paletó mas o aperto continuava.
Caminhando em direção ao estacionamento, viu um par de brincos numa joalheria e pensou que eles ficariam lindos nela. Num impulso, entrou na loja, mandou embrulhar para presente e pagou com o cartão.
Entrou no carro e imediatamente se arrependeu da compra irrefletida.
"Idiota! Vou terminar a relação e ou fazer um pedido de casamento?"
Seguiu pelo trânsito, mastigando a estupidez.
"Bem, posso dizer que comprei há mais tempo.Parece uma boa desculpa e será como um prêmio de consolação."
Chegou em casa e abrindo a porta, estranhou umas caixas de papelão no meio da sala. Apressado, ligou para o celular dela, mas caiu na caixa postal.
Ligou o carregador do smartphone na tomada e viu que haviam várias mensagens de voz e um e-mail. Tirou a roupa espalhando tudo pelo chão e de cuecas sentou-se na beira da cama para ler a mensagem.
"Oi. Tentei falar com você várias vezes e como não me atendeu, resolvi escrever. Estou apaixonada por outro cara e quero terminar tudo. As caixas que estão na sala, são suas coisas que estavam lá em casa. As minhas que ficaram aí, pego depois ou pode mandar entregar. Suas chaves, deixei com o porteiro.Se quiser encontrar para conversarmos, me liga depois do feriado, pois vamos viajar. Sinto muito. Beijos."
Por um momento, ele ficou sem reação. 
Devagar levantou-se, foi até o banheiro tirou  os  brincos da caixa, jogou na privada e deu descarga. Tirou a cueca, entrou no box e sentindo as lágrimas escorrerem pelas bochechas abriu as torneiras.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

E ali estava eu, na fila da padaria e um "ex" bem na minha frente.
Será que me viu e fingiu que não?
Será que não me reconheceu?
Será que propositalmente não quis me dizer olá?
Na hora, achei meio estranho.
Agora, estou morrendo de rir.
Somos todos malucos!

LISTA DE PREFERÊNCIAS

"Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexequíveis.
Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.
Orgasmos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.
Domicílios, os temporários.
Adeuses, os bem sumários.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rubro.
Meses, outubro.
Elementos, os fogos.
Divindades, o logos.
Decadentes, os lisonjeiros.
Mensagens, o mensageiro.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas."

Bertolt Brecht 1921