segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

BEIJO

O telefone tocou, combinamos às nove horas.
Tomei banho, me visto bonita.
Ele chega, entro no carro - Oi! - Oi!
Aperto o cinto de segurança e rodamos à esmo.
- Santo Antônio?
- Bar da Tânia......
- Ok.
Sentamos calados.
Com ele, o silêncio não me constrange. Me dá certa paz, tranquilidade.
Por um tempo bebemos; e mudos nos comunicamos. 
De mãos dadas.
Num minuto fecho meus olhos e sinto seus lábios nos meus.
Macios, leves.
A ponta da sua língua na ponta da minha língua.
Abrimos nossos lábios e o beijo acontece, primeiro suave, depois urgente.
Me desmanchei, me liquefiz.
Durou cem anos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

ARMADURA


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_pX2k15mDKYjEmarsDtruSSu8ayN4Q-Fbj5TWhvFd6zjSwiJ-iEf0IEUsawfyJNzpOkCGwPC0Dn0t8WwRxLOksKRG66M6HqLcNvfq0O8jJZ29S72vGizC_IWMIchm-brt1snUIQmHl_0N/s400/sketchbook-EDU-armadura.gif

Já fui um objeto abstrato, tornei-me concreto
concreto armado
pensamento duro - sem borboletas ou passarinhos na cabeça
é assim-assim, assado-assado
já fui fulana, sicrana, beltrana
então me vesti com a armadura de São Jorge e quero matar o dragão
sem precisar de ir à Lua
Lua astro frio agora
para eu voltar a ser eu
preciso ganhar uma estrela
quebrar o encanto
romper a armadura
dura.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sonhos pesadelos são

"Sei que é sonho
Não porque da varanda atiro pérolas
E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha"           (Chico Buarque - Sonhos sonhos são)

Sonhei com ele duas vezes essa semana e odiei cada momento.
Odiei e odeio com todas as forças, pois me lembro o quanto posso ser fraca e patética, detonando meus projetos e ligações com outros homens.
Num flash.
Por um sonho. Dois.
Sempre ruins. Nunca amorosos, eróticos, felizes, carinhosos.
Amargam.
Acordo suada, coração aos pulos, sem energia.
Mantenho os olhos fechados para me lembrar bem e conseguir esquecer logo depois. 
Mas persistem em aparecer e odeio ainda mais.
Sonhos que esqueço logo ao acordar, costumam me assombrar em fragmentos durante um longo tempo.
Pedaços de frases, odores, imagens. 
Como posso racionalmente acordada não sentir nada pelo outro e bastar um sonho para que voltem recortes que achava que tinha esquecido, superado?
Acordada, paira uma total e completa indiferença pelos acontecimentos, um distanciamento legítimo, como se tudo houvesse  acontecido com outra pessoa, não comigo. 
Como uma história que alguém me contou um dia ou que li em algum lugar.
Me incomoda o fato de sentir-me fraca e ao mesmo tempo odiar.
O ódio não é um sentimento que costumo cultivar. Sou muito mole, muito amorosa. 
O ódio não me cai bem.
O ódio é um tecido pesado, como um forro de sofá. Gosto dos tecidos leves, diáfanos, transparentes; que me fazem sentir como nua.
O ódio é pesado como o luto. É negro. Não deixa passar a luz do sol.
Saio à rua e vejo o sol, as árvores. Por ora, esqueço, mas sei que os pesadelos podem voltar.
Gostaria de limpar meu cérebro, esvaziar minha memória dele, como fazemos ao formatar o disco rígido do computador.
Mas não sou uma máquina.
Infelizmente, não sou.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O MELHOR AMIGO DA MULHER

 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b6/Gentlemen_Prefer_Blondes_Movie_Trailer_Screenshot_%2834%29.jpg



A Marylin Monroe imortalizou a música "Diamonds Are a Girl's Best Friend" no filme "Gentlemen Prefer Blondes" (Eles Preferem as Loiras, aqui no Brasil). Como não sou loira nem "Material Girl", mudo a frase para "o vibrador é o melhor amigo da mulher".
Não façam cara de falso pudor! 
Há milhares de mulheres, senão milhões, que utilizam brinquedinhos desde que o mundo é mundo. O Japão  e a China tem uma história de "consolos" em marfim, jade e outros materiais nobres desde a Dinastia de sei-lá-quem e sei que na Idade Média Oriental, até mesmo as mulheres casadas utilizavam brinquedos sexuais com a maior naturalidade.
Nós ocidentais, é que herdamos uma hipocrisia, um  falso moralismo e por isso escondemos o máximo possível, até hoje, a palavra satisfação sexual de nossas conversas cotidianas.
Enfim, quero escrever sobre o vibrador, não cultura.
Quem não tem um deveria experimentar por algumas razões:
  1. estão sempre prontos quando você precisa;
  2. não tem vícios nem hobbies;
  3. são asseados (se você também for);
  4. ao comprar pode escolher o tamanho, a cor e o modelo;
  5. você não precisa se preocupar caso sua depilação não esteja em dia;
  6. pode ter mais de um, pois não está traindo ninguém;
  7. não te passam D.S.T.;
  8. não te engravidam;
  9. se tiver mais de um, pode fazer uma orgia;
  10. não precisa explicar nem fazer malabarismos para descobrir seu ponto G;
  11. não resmungam;
  12. não te usam: - você os usa;
  13. se seu parceiro for criativo, podem brincar juntos (mas cuidado, alguns homens acham que é uma competição, principalmente se o brinquedo de mentira, for maior que o real);
  14. não te decepcionam nunca.
Eu poderia escrever páginas e páginas sobre os benefícios do meu amigo, mas acho que os acima citados já dão uma boa idéia de como a coisa funciona.
Para as mais ousadas, sugiro que tenham dois. Um para o lado A e outro para o lado B, mas eu sou muito neurótica com a limpeza nesse quesito. Você pode ter só um e usar camisinhas diferentes, of course, para transitar entre os dois lados.
Agora a dica de ouro - NÃO fique sem pilhas extras ou pode ficar brava e com instinto assassino, atirá-lo pela janela.

P.S. Esqueci de avisar sobre algo que pode ser ruim para algumas e bom para outras - como os homens, eles nunca dizem o que estão sentindo de verdade.
Coragem meninas!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

BACH ADORA THE PUSSYCAT DOLLS

 
imagem do site - Gabrielsanchez.net
 
Depois de um tempo bem looooooooongo parada, a música volta a tocar.
Pensei bastante durante minha inatividade musical, meu trompete na malinha, mas bem à vista em meu quarto. Nada de armários, esconderijos. Bem à vista, para me lembrar por que comecei e parei de estudá-lo.
Parei com as aulas, mas continuei com os ouvidos bem abertos e os olhos fechados (é como eu gosto de ouvir algumas músicas).
Botei o jazz de lado e quem me conhece bem sabe que escutei desde as The Pussycat Dolls até Bach.
Tive um surto nostálgico e baixei o Gênesis + Phil Collins + Peter Gabriel, Simon & Garfunkel, a gravadora Motown inteira.
Incansávelmente, baixei cabo-verdianos, húngaros, e outras bizarrices que eu quando escuto, sinto que estou viajando around the world.
"The Edge of America" - Duran Duran - ADORO
"Lucky" - Jason Mraz - comercialmente irresistível
"All You Need is Love" - gravado para a propaganda do BlackBerry - quem gosta do clássico dos Beatles, tá valendo.
"Miles Away" - Madonna - poderosa, poderosa, poderosa. Vai morrer poderosa. Sem Guy Ritchie.
"Meet Me Halfway" - Black Eyed Peas - melhor banda de pop/hip hop da década.
"Precious" - Depeche Mode - eles não morreram!
"Original of Species" - U2 - linda, sem comentários. O U2 não carece de comentários.


Quem gosta de música clássica tem de comprar este cd (o meu é importado, mas acho que você consegue baixar da WEB ou já existe a cópia nacional, o meu comprei há muito tempo) "Johann Sebastian Bach: Violin Concertos, BWV 1041-1043 - Sigiswald Kuijken / La Petite Bande, sendo o concerto 1043 ,o mais conhecido por nós.


Me entupi de tudo um pouco, e agora estou estudando musicalização na Fundação de Educação Artística. 
Resolvi começar do princípio para depois voltar para o Januário (meu trompete), ou seja, ficar mais culta teoricamente e depois voltar à prática.
Continuo amando o jazz, só que, nesse momento, ando na onda do Gustavo Maguá com "Homenagem ao Mané".

P.S. Quem quiser alguma esquisitice, me avisa. Mando o arquivo pelo MSN ou ensino o "caminho das pedras".
Em tempo: não me peçam Vivaldi, pois não uso Vinólia e no Brasil, não temos "As Quatro Estações". Só duas "gares" - um pouco frio às vezes com chuvisco ou calor demais com tempestades arrasa barrancos ao final do dia.