"Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo..."
ORAÇÃO AO TEMPO - Caetano Veloso
Pois é. Precisava de um tempo.
Sumi, mudei, estou fazendo autoescola, vou comprar um veículo automotor e a vida continua.
Felizinha da silva....... mas não me peçam conselhos amorosos.
Jovem me apaixonei por um cara que me dava sexo, mas não me dava colo.
Velha me apaixonei por um cara que me dava colo, mas não me enxergava.
Vai escolher mal assim lá na puta que o pariu!
sábado, 15 de outubro de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Dá-lhe Cordelista
Repassando um e-mail de um amigo:
"BIG BROTHER BRASIL
Autor: Antonio Barreto,
Cordelista natural de Santa
Bárbara-BA,residente em Salvador.
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.
Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…"
Aí está a prova de que nem tudo está perdido. Tanta mediocridade nesse BBB-11 e os tantos anteriores, surge este estupendo Cordelista baiano que fazendo uso da poesia, dá um puxão de orelhas no Bial, ... e com quê classe... acho que vc também vai gostar.... Acho que este complementa o anterior, não acham????????????????//
Autor: Antonio Barreto,
Cordelista natural de Santa
Bárbara-BA,residente em Salvador.
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.
Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.
Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.
Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.
Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.
E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.
A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.
Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?
Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…"
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
MORRENDO DE RIR
Atenção: Se seu parceiro (a) acha que você não tem passado, você está com a pessoa errada.
Baixei uma foto antiga tirada no fim dos anos 90 na porta do Soho Pub em um álbum no Facebook e um dos fotografados que estava acompanhado da namorada da época mandou uma mensagem raivosa pois "marquei" seu nome na malfadada.
A mensagem foi "Por favor pare de me marcar nas fotos. Quer publicar, otimo. Te falta percepcao que estava com outra pessoa e que nao me interessa q as pessoas saibam. Obrigado. Ficaria mais feliz se deletasse."
Imediatamente, fiquei fula, mandei o "amigo" a merda e enfim falei o que eu achava.
Depois morri de rir da falta de maturidade dele ou dela. A foto não foi tirada por um paparazzo ontem flagrando o cara com outra. É uma foto antiga, que por sinal nem compromete o sujeito com a moça em questão. Ela poderia ser citada apenas como amiga, já que a atual namorada deve pensar que ele é um virgem de quarenta anos.
Tenha dó. E mais respeito.
Seria incapaz de qualquer inconfidência ou indiscrição de alguém. Fiquei puta e deletei a foto substituindo-a pela mesma com o rosto do sujeito deformado para não ser mais reconhecido e sem a marcação do nome.
Percepção eu tenho até demais, só não entendi a ofensa.
Abaixo, segue a foto com o rosto do sujeito em questão, irreconhecível.
Se alguém achar que há algo de comprometedor na mesma, favor enviar comentários.
Foto deformada, amigo deletado.
C'est fini!
Desconhecido, Juliane, Delano e eu. Atrás um cara que eu não me lembro o nome. |
Hoje exclui cinco posts do blog.
Porque? Não sei. Não pretendo ser uma escritora famosa, mas os textos no final das contas, não me agradaram. Existem outros que eu gostaria de excluir por N motivos, mas seu fizer isso, vou estar apagando um monte de sentimentos experimentados.
De uns textos, tenho vergonha pela exposição dos sentidos, outros são muiiiiiiiiitos mal escritos mas não dá pra tirar tudo.
Escrever é a coisa mais difícil do mundo. Mais difícil que tocar trompete ou cozinhar comida metida a besta.
Escrever é um exercício exaustivo. Lidar com a frustração de não encontrar a palavra certa, a expressão que demonstre certa realidade ou não. É foda.
Tenho escrito pouco por esse motivo.
A imaginação tá em falta e tomei uma decisão mais ou menos estranha de escrever ficção. Ainda assim inventar é também colocar um pouco da nossa experiência nos personagens.
Bom, espero ficar mais prolífera (palavrinha babaca).
Tomara.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
SMARTPHONE
Ele decidiu acabar com tudo.
Para ficar livre precisava terminar aquela relação que de paixão e amor, transformou-se em tédio.
O cotidiano, a rotina, as brigas e o sexo de reconciliação. Tudo uma farsa.
"Direi a ela que não a amo há muito tempo."
Tinha o texto completo na cabeça.
Pesou bem as palavras, os gestos e quando se barbeou pela manhã, chegou a dar uma ensaiadinha na frente do espelho embaçado pelo vapor do chuveiro.
Saiu para trabalhar e passou os dedos por dentro do colarinho da camisa sentindo-se estrangulado pela gravata.
Sorriu para os clientes durante a manhã, apertou várias mãos, fechou um novo contrato.
Engoliu o almoço e mais uma vez, achando que a gravata estava apertada demais desafrouxou um pouco o nó.
Não adiantou. Parecia entalado.
Imaginou ironicamente "se eu fosse uma mulher, esse aperto na garganta seria um sinal ou intuição. Pura babaquice."
Já no escritório, estranhou o fato dela não ter telefonado nem uma vez e de certa maneira sentiu-se grato por aquela falta de comunicação.
No meio da tarde, a gratidão se transformou em um misto de impaciência e um tantinho de ciúmes.
Com sua mesa atolada de papéis, conformou-se. Imaginou que ao chegar em casa, ligaria e como sempre depois de tirar o maldito terno, tomaria uma ducha, sairiam para um restaurante ou um lugar qualquer para conversarem e assim ele resolveria toda a questão.
Estranhando seu smartphone estar misteriosamente silencioso, percebeu que a bateria descarregara.
"Tanto melhor. Ela sempre reclama que ligar para o escritório é uma chatice pois minha secretária sempre diz que estou ocupado em outra linha."
Ainda incomodado com o nó na goela, resolveu trabalhar sem distrações e mergulhou no restante da papelada imaginando deixar o escritório mais cedo.
Lá pelas cinco e meia, deu uma olhada na agenda para o dia seguinte, ajeitou um pouco a mesa e avisou a secretária que estava saindo.
Já no elevador, desabotoou o colarinho, tirou a gravata e a enfiou no bolso do paletó mas o aperto continuava.
Caminhando em direção ao estacionamento, viu um par de brincos numa joalheria e pensou que eles ficariam lindos nela. Num impulso, entrou na loja, mandou embrulhar para presente e pagou com o cartão.
Entrou no carro e imediatamente se arrependeu da compra irrefletida.
"Idiota! Vou terminar a relação e ou fazer um pedido de casamento?"
Seguiu pelo trânsito, mastigando a estupidez.
"Bem, posso dizer que comprei há mais tempo.Parece uma boa desculpa e será como um prêmio de consolação."
Chegou em casa e abrindo a porta, estranhou umas caixas de papelão no meio da sala. Apressado, ligou para o celular dela, mas caiu na caixa postal.
Ligou o carregador do smartphone na tomada e viu que haviam várias mensagens de voz e um e-mail. Tirou a roupa espalhando tudo pelo chão e de cuecas sentou-se na beira da cama para ler a mensagem.
"Oi. Tentei falar com você várias vezes e como não me atendeu, resolvi escrever. Estou apaixonada por outro cara e quero terminar tudo. As caixas que estão na sala, são suas coisas que estavam lá em casa. As minhas que ficaram aí, pego depois ou pode mandar entregar. Suas chaves, deixei com o porteiro.Se quiser encontrar para conversarmos, me liga depois do feriado, pois vamos viajar. Sinto muito. Beijos."
Por um momento, ele ficou sem reação.
Devagar levantou-se, foi até o banheiro tirou os brincos da caixa, jogou na privada e deu descarga. Tirou a cueca, entrou no box e sentindo as lágrimas escorrerem pelas bochechas abriu as torneiras.
Devagar levantou-se, foi até o banheiro tirou os brincos da caixa, jogou na privada e deu descarga. Tirou a cueca, entrou no box e sentindo as lágrimas escorrerem pelas bochechas abriu as torneiras.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
LISTA DE PREFERÊNCIAS
"Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexequíveis.
Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.
Orgasmos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.
Domicílios, os temporários.
Adeuses, os bem sumários.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rubro.
Meses, outubro.
Elementos, os fogos.
Divindades, o logos.
Decadentes, os lisonjeiros.
Mensagens, o mensageiro.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas."
Bertolt Brecht 1921
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
estudioalbuquerque: Cerâmicas - Projeto Prato Feito - 2006
estudioalbuquerque: Cerâmicas - Projeto Prato Feito - 2006: "Projeto Prato Feito - sob orientação de Erli Fantini - Ouro Preto - 2006 Acervo do artista"
CARTA À VIZINHA DO ANDAR DE CIMA
Há mais de 15 anos moro no apartamento abaixo do seu.
Nesse período, ouvi (não tenho ângulo para vê-la) a moça do prédio ao lado, defronte a sua janela enviuvar e os filhos dela se tornarem adolescentes.
Aguentei as brigas domésticas do apartamento que divide o muro comigo, vi o filho cantar e tocar violão com aquela voz de taquara rachada até se tornar homem, aguentei o papagaio gritando GALO todos os dias.
A antiga dona do seu apartamento, tinha uma boutique em casa e meu interfone não parava de tocar. Quando ela estava animada, treinava dança do ventre com sininhos nos tornozelos nesse quarto que hoje, você dorme. Quando ela se mudou, alugou o apartamento para uma república de pré universitários que fumavam maconha na janela e engraçado, o cheiro, vinha até mim. Eles assistiam os jogos de futebol em uma enorme TV (pay-per-view) e a turma toda ficava no mesmo quarto, ou seja, acima da minha cabeça.
Escutei os primeiros choros da Vitória (aquela bebê de olhos azuis) e antes disso, as festas que haviam no apartamento quando a mãe ainda era solteira.
Como já havíamos conversado antes, não jogo bituca de cigarro pelos corredores do condomínio e nem ao menos, porto um cigarro aceso na área de circulação.
Jogo o meu lixo fora nos horários e dias certos e não encho o saco de ninguém berrando para me abrirem a portaria, pois esqueci minhas chaves.
Mas escuto suas gritarias com sua irmã (?), seus sapatos de salto e suas reuniões noturnas, que diga-se de passagem, são muito mais frequentes que as minhas.
Então, voltando a falar sobre o cigarro, acho extremamente altruísta e louvável que seu genitor saia de casa e vá fumar no portão, em consideração a sua alergia, mas ele é seu pai.
Levando em conta a história de comunidade e seu blábláblá, devo dizer que se não faço muito para melhorar a minha, também não a atrapalho.
Entendo também que, comunidade é o conjunto de pessoas que habitam meu entorno e da minha soleira para dentro é o meu lar.
Não vou atender seu pedido para ficar com as janelas fechadas em qualquer época. Não quero e vamos combinar, é ridículo. Estou na minha casa e fecho as minhas janelas quando necessário aos meus interesses.
Não sou a única fumante nas imediações e mesmo se parasse, não seria a última pessoa a poluir o meio ambiente.
Então para finalizar a missiva, vá encher o saco de outro.
P.S. Você só descobriu que a Amy Winehouse existia agora que ela veio ao Brasil? Se liga minha filha! Desliga o som e vai ler!
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
ACONTECE NAS MELHORES FAMÍLIAS
Criação e Fotografia: Marina Oliveira.
Vinha andando com aquela preguiça de segunda-feira e na portaria vizinha ao meu trabalho parecia um caos. Todos os funcionários da empresa na calçada, com seus crachás dependurados, uns nos celulares, outros aos cochichos e um carro patrulha da PM com as luzes ligadas em cima da calçada.
Passei por eles curiosa e fui direto ao Café do Átrio tomar meu expresso e lá fico sabendo que certo casal, que costumo encontrar almoçando todos os dias, havia sido o motivo da tal confusão.
O rapaz esfaqueou a namorada e se jogou do terceiro andar. Duas ambulâncias do SAMU vieram em socorro. Me disseram que ele não se machucou como o esperado para quem se atira de um prédio. Entrou na ambulância conversando com paramédicos, polícia e colegas. Ela, vai ficar bem.
Não sei a razão para tal violência (nem quero saber) mas sei que ingenuamente nunca penso que aconteça
Não sei a razão para tal violência (nem quero saber) mas sei que ingenuamente nunca penso que aconteça
algo assim tão próximo a mim. Está nos jornais todos os dias, mas nada é dito na reunião de condomínio.
Se minha vizinha apanha?
Realmente não sei.
Realmente não sei.
Tento manter a ilusão de que essas coisas acontecem longe.
Longe? Aonde??????
Em todos os lugares.
Em todos os lugares.
Nada de novo aconteceu.
Minha pergunta é - como nos acostumamos com a violência do cotidiano de uma maneira tão trivial?
Ainda é quarta-feira e tirando as famílias envolvidas, a notícia já é velha.
Almoço no mesmo café, mas além do livro habitual, agora carrego um pouco de perplexidade e faço o meu pedido ao garçom com um gosto amargo na boca.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
PROCURA-SE
Procura-se a doida que existia dentro de mim.
Era uma Cassinha de cabelo comprido, cacheado, pintado de vermelho.
Aquela desbocada, furiosa, passional e que gostava de conversar sacanagens.
Gostava de rua, café, música, livrarias, homens de terno, comida, sexo animal e selvagem, crianças, cerveja, conversa fiada, papo filosófico e histórico, vaidosa.
Uma outra tomou o lugar dela.
Estóica, quieta, com os palavrões na cabeça e não mais na boca.
Desapaixonada, indiferente, simpática e distante.
Toma café por hábito e não por prazer. Não frequenta mais as livrarias.
Não passeia pela Savassi, cortou os cabelos, não tem mais cachos.
Conversa muito com estranhos, mas não diz nada.
Qualquer informação da Cassinha antiga, favor avisar aqui no blog pois tenho muitas saudades dela.
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