sábado, 3 de outubro de 2009

SER OU NÃO SER........CORNO


Ser corno é uma arte.
O cara se reveste de uma armadura de auto-indulgência que exige um trabalho imenso de aceitação.
Autoestima no fundo do poço.
É triste, mas verdadeiro. Socialmente, a corna é vítima; o corno um otário.
Quem entendia disso era Nélson Rodrigues que nos deixou histórias de cornos famosas. Algumas hilárias, outras trágicas.
Ao meu ver, o homem já nasce corno. Pelo menos a maioria.
Quanto maior o ciúme, maior o chifre. Mas na realidade como diria o cantor Falcão (bom, bonito e joiado), "chifre é que nem assombração, realmente aparece para quem tem medo".
Quanto mais inseguro o cara, mais ele se arrisca a virar corno.

O corno é um homem triste, desconfiado e solitário. Uma vez descoberto o chifre, nunca mais ele esquece.
Ele pode matar a mulher, espancá-la, deixá-la ou até mesmo perdoá-la, mas esquecer, jamais.
Morre corno, e uma vez corno, ele nunca mais confiará em mulher alguma. Todas serão, para ele adúlteras em potencial.
O corno não conta aos amigos sobre o chifre. Ele se sente marcado, envergonhado, ferido em seu orgulho de macho alfa. Ele está sempre se perguntando onde foi que errou. Ele na verdade errou, a mulher ou era relegada a segundo plano ou era desprezada. Sua cagada foi não ter terminado com ela antes da "Solução Final". 
Quando eles conseguem se relacionar novamente, estão sempre com ciúmes da mulher da vez e uns se tornam machões à moda antiga. Vigiam o comprimento da saia, decote, maquiagem e tudo mais que uma mulher gosta de usar mas, que pode se tornar uma arma de sedução para o próximo.
Existem aqueles que nunca mais se relacionam. Estão sempre achando que a próxima vai fazer a mesma coisa que a anterior, assim, eles não se abrem, não se entregam, não se comprometem.

É claro que existem as cornas e elas podem ser terríveis porque elas tem uma tendência ao perdão, mas não perdem a oportunidade, na primeira briga, de jogar na cara do homem que foi traída e por amor o perdoou. Mulher é um bicho muito manipulador (hehehe). Medéia foi a corna mais terrível da literatura.

Eu já fui corna, mas só descobri depois de terminado o namoro. Fiquei profundamente ferida, ofendida e tudo o que a gente pode e quer sentir sobre o assunto, mas assim que esqueci o cara, os chifres sumiram.
Talvez eu seja uma grande otimista. Sou ciumenta, mas nunca fico encucada pensando se o cara tem outra. Eu até pergunto, mas se disser que não, tá limpo.
Não sou curiosa. Nunca mexo nos bolsos de calças e paletós dos meus namorados. Não ponho a mão em celular de homem e nem mexo em sua carteira.
Namorei um cara que viajava pra caramba. Três meses na Espanha, seis na Itália, não sei quantos no Canadá  e por aí vai. Quando o amado voltava de uma viagem eu nunca perguntava se tinha ficado com alguém lá e nem ele ousava me fazer essa pergunta.
Eu não ficava com ninguém (porque sou assim mesmo) e pode parecer meio ignorante, mas para mim o que os olhos não veem o coração não sente. Meu único medo da traição, não são os chifres, mas DST.

Atenção cornos do meu Brasil varonil e escolhido para as Olimpíadas de 2016. Chifre  não é doença terminal. Passa. Esqueçam a biscate pois tem um monte de mulher legal por aí.
Se preocupem mais com sua saúde sexual do que com os chifres, pois muitas doenças que as mulheres transmitem, são assintomáticas nos homens e se por acaso forem vocês os adúlteros, façam o favor de usar camisinha.


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