quarta-feira, 21 de outubro de 2009

LUTO E VITIMIZAÇÃO

 

Por um momento, um instante, perdi minha identidade.
Fiquei sem saber quem eu era, o que sentia.
Meus olhos, marejados de lágrimas, e eu sentada em uma mesa imensa, cheia de amigos.
Precisei me levantar para que ninguém me percebesse chorando. Gosto de chorar só.
Não é vergonha, é como se eu estivesse me desidratando em frente aos outros. Chorar, para mim, é um processo íntimo.
Levantei-me, afastei-me da mesa e chorei como essas pessoas que choram na rua, a gente percebe, fica com pena e não pode fazer nada. Era um sábado de manhã, na Livraria da Travessa.
Chorei por dois anos passados em que criei uma situação de auto-abandono.
Não tenho a quem culpar, só a mim.
Na maior parte das vezes, é mais fácil colocar a culpa no outro, mas nesse caso, eu sabia que eu havia me abandonado.
Foi a primeira vez em minha vida, em que minha razão tomou de chofre meu coração e me dei conta de que nem sempre a culpa de sua infelicidade é alheia.
Existe sempre um gôzo em ser a vítima e é necessário, absolutamente necessário, que tenhamos auto-crítica suficiente para enxergarmos quando começa o luto verdadeiro, o sofrimento real, e quando ele termina e vira uma situação de gôzo pelo sofrimento imaginário. Aconteceu em 2001.
Acho que não aprendi o suficiente, pois de novo repeti a novela mexicana em 2006 e parece ter sido muito mais dolorosa apesar do intervalo de 5 anos entre um caso e outro.
Não sei se faz parte da minha personalidade ou se é mais um defeito da minha grande lista, ao qual preciso me livrar, assim como as "perebas dos meus pés".
É preciso mudar. É necessário curar.


3 comentários:

  1. Mais uma etapa do seu AUTO-CONHECIMENTO!!!! Não sabe como fico orgulhosa de vc amiga, por ver qu vc sabe amadurecer......

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  2. Oi Cassinha, tudo jóia! que exercício legal, ainda chego lá! Aqui, desculpa não te retornar a ligação mas minha da outra semana, mas é que minha irmã so se lembrou que você ligou dias depois. Mas precisamos marcar o nosso bazar/brechó, né?
    Bjs!

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  3. Não sei se meu comentário foi mesmo, depois a gente conversa.
    Bjs,
    Margarete

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