domingo, 12 de julho de 2009

PERFUME

Hoje em dia, quase não me perfumo, mas já usei muito. É impressionante como minha memória olfativa é clara. Entrar em meu prédio e sentir cheiro do bolo de laranja sendo assado pela minha mãe, o cheiro do pão recém saído do forno, cheiro de café forte, cheiro de Paco Rabanne Pour Homme. Todos esses cheiros, me remetem à lembranças diferentes e felizes. Quando me encontrava com você, usava Carolina Herrera. Masculino. Só uso perfumes masculinos. No inverno sempre vem à minha cabeça, o perfume que eu usava, não o seu. Nem sei se você usava algum tipo de perfume. Em algumas raras ocasiões, eu me perfumo. Mais pela solenidade, do que por prazer. Mas era bom quando acordávamos de manhã e fazíamos amor e eu sentia que meu cheiro estava em você, nos travesseiros, nos lençóis, na sua nuca. Sempre. Você se lembra? Claro que não. Antes de nos encontrar eu tomava uma ducha, depois um "banho de descarrego" de água quente com cravo da índia, me enxugava e depois passava o perfume. Hoje, uso uma colônia da Natura que se chama Pomar de Limas e como toda eau de toilette tem um cheiro muito sutíl, que vai embora rápido deixando um resquício, talvez na roupa, mas não na pele. Não deixa rastro. Detesto o cheiro adocicado dos perfumes de mulher. Não gosto de ir a lugares fechados, onde elas se perfumam demais. Me dá dor de cabeça, enjôo. Já os perfumes masculinos, me dão aquele frio no estômago, aquele começo de excitação sexual. Me avise se algum dia vai se encontrar comigo, para que eu me perfume como fazia antigamente, quando nos conhecemos. Quem sabe o perfume não traga à sua memória, algum momento que tenha sido importante para você? Na verdade, na verdade mesmo, eu não preciso de perfume para lembrar-me de nós. Para mim é muito simples. Basta eu fechar os olhos e parece que anos atrás, foram ontem.

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