quarta-feira, 8 de julho de 2009

BRIGA

A chuva cai fininha, mas fria. Não consigo dormir. O desejo me faz impaciente, mas estou só. Penso nele, no seu corpo, seu calor. Sinto sua presença no quarto através das peças de roupa esparramadas em uma cadeira, misturadas às minhas. Ele saiu batendo a porta. Eu choro escutando Chet Baker. Palavras desnecessárias ditas fora de controle (ele). Objetos arremessados que se quebraram contra a parede (eu). Ele também, vagando na noite chuvosa, deve estar chorando. Não sei quando volta, mas sei que volta. Eu espero. O amor pode ser assim. Destemperado, furioso, bravio como uma tormenta em alto-mar. Do caos, repentinamente aparece o sol, as ondas se acalmam e o céu fica azul novamente. Ele volta e misturamos nossas lágrimas e desculpas. Não fazemos nada. Só ficamos agarrados um ao outro na cama. Entrelaçados. Abraçados.

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