sábado, 27 de junho de 2009

ISAAC, O JUDEU

Sempre fui um pouco judia. Após um lançamento do Sempre Um Papo (há uns 15 anos atrás), estava como cicerone de um editor chamado Isaac. Ele morava no Rio. O conheci naquele dia. O evento foi demorado e saímos para jantar. Ele era jovem e agradável. Tipo gentleman, sabe? Fomos a um restaurante, pedimos algo para beber e talvez um carpaccio, não me lembro mais. Fazia muito calor e meu cabelão estava enrolado em um coque bem desalinhado. Bebemos e não pedimos jantar. Só conversando e bebendo. Um sentado defronte ao outro. As pernas por baixo da mesa se esbarrando. Aqui, minha memória fica um pouco nublada. Ficamos de mãos dadas e começou a rolar um clima romântico. Só romântico. Uma sedução meio velada, de sentido meio inocente e meio sacana. Acho que fiquei extremamente excitada, pois o rapaz se levantou para ir ao banheiro, mas não o vi voltar. De repente, senti duas mãos vedando meus olhos e recebi um beijo longo na nuca suada. Gozei ali mesmo, na cadeira dura do La Traviatta. Foi uma coisa tão maluca e repentina que cheguei a ficar desorientada. Ele não percebeu. Ele pagou a conta, saímos de mãos dadas e me convidou para o seu hotel. Eu, como uma "lady", declinei gentilmente o convite, e fomos embora em taxis separados. Nunca mais o vi. Nunca mais o esqueci. Isaac e seu beijo mágico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário